Na Bahia, formação impulsiona o “Sim, Eu Posso”

Cerca de 70 educadores e formadores participam em Salvador de formação do método
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“Sim, Eu Posso” é um método de alfabetização de jovens e adultos que erradicou o analfabetismo em Cuba. Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

 

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Do dia 21 a 30 de maio, acontece em Salvador (BA) a Formação de Formadores do método “Sim, Eu Posso” no Nordeste.  O curso conta com a participação de 70 educadoras e educadoras do MST dos estados da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo e Alagoas.

Além do MST, participam representantes da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, educadores e estudantes da UFBA e UNEB, movimentos sociais parceiros,  como o Levante Popular da Juventude e MTD.

Com o objetivo de construir um processo massivo de alfabetização de jovens e adultos, o Movimento busca parcerias para formar formadores a partir do método, que é utilizado desde da década passada, e em 2006, foi possível realizar as primeiras experiências em solo brasileiro.

No Brasil, cerca de 11,8 milhões de pessoas são analfabetos, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2017.

A região Nordeste concentra a maior taxa de analfabetismo no país, atingindo uma média de 14, 5% da população. Entre os números por estado, o maior índice está no Alagoas (18,2%), seguido do Maranhão (16,7%),  Piauí (16,6%), Paraíba (16,5%), Sergipe (14,5%), Ceará (14,2%), Rio Grande do Norte (13,5%), Pernambuco (13,4%) e Bahia (12,7%).

Vale ressaltar que a incidência chega a ser quase três vezes maior na faixa da população de 60 anos ou mais de idade (19,3%), e mais que o dobro entre pretos e pardos (9,3%) em relação aos brancos (4,0%).

Conheça o “Sim, Eu Posso”

O “Sim, Eu Posso” é um método de alfabetização de jovens, adultos e idosos desenvolvido pela educadora cubana Leonela Relys com caráter internacionalista, podendo ser usado em diferentes realidades sociais e linguísticas.  Entre os anos de 2002 e 2009, foi empregado na alfabetização de aproximadamente 3,5 milhões de pessoas, em diversos países do mundo.

O método vai do conhecido – os números – para o desconhecido – as letras – e baseia-se na experiência adquirida progressivamente. Além de um facilitador(a) ou educador(a), o sistema inclui recursos audiovisuais. O tempo de duração da ação educativa é variável entre três meses (em sua forma intensiva) até quatro meses, pois o método é muito flexível.

A iniciativa vai de encontro ao avanço para uma ampla conscientização da sociedade sobre a situação do analfabetismo no Brasil. Estar na lista dos países com grande índice de analfabetismo demonstra uma preocupante realidade de ser um país com grandes problemas educacionais.

 

*Editado por Fernanda Alcântara