A luta pela educação e o campo: Dia 30 vai ser maior!

Escolas do campo se integram a diversos movimentos sociais para valer os direitos conquistados
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Foto: Jonas Santos

 

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

Em defesa da educação e contra os cortes nas universidades, a grande mobilização nacional realizada no último 15 de maio levou milhares de pessoas às ruas de todo o país. Mas os ataques por parte do governo Bolsonaro não param e, diante das ameaças e retrocessos, instituições, escolas e entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) convocam nova mobilização para a próxima quinta-feira (30).
 

A educação brasileira enfrenta desafios históricos. O atraso educacional vem de séculos de exclusão da população por gênero, raça e classe social. “O processo de democratização e de inserção da sociedade na educação é muito recente. Foi só através de governos Lula e Dilma que o povo mais pobre e negro conseguiu acessar universidade, ainda assim estamos muito longe de ser um país com educação superior democratizada”, afirma a vice-presidente da UNE, Jessy Dayane.

Mais do que cortes, o governo Bolsonaro tem colocado os recursos da educação como uma chantagem para a aprovação da reforma da Previdência. “Essa relação entre arrecadação da previdência e educação é falsa. Todas essas medidas fazem parte do desmonte do estado brasileiro”, afirma Jessy.
 

Cristina Vargas, do setor de educação do MST lembra que o descaso do atual governo com a educação é uma escolha. “Eles defendem uma educação dualista que diferencia educação dos trabalhadores com a educação dos patrões. Uma educação que não é garantida pelo estado, que não busca superar os autos índices de falta de acesso. Não respeitam a diversidade. O que está em perigo é a educação que democratiza o direito ao conhecimento  todos e todas sem distinção de classe. Retroceder em meio a tudo o que foi conquistado quando o assunto é educação no Brasil é, no mínimo, um desrespeito aos que lutaram tanto pra humanidade avançar. É um descuido com as novas gerações”, acrescentou.
 

Nessa perspectiva, Luana Pommé, também do setor de educação do MST, lembra que os cortes no orçamento da educação atingem diretamente as escolas do campo, desde o ensino básico até os Institutos Federais interiorizados, que recebem boa parte de estudantes do campo.
 

“O fechamento de 38 mil escolas do campo é um dado alarmante, assim como o cancelamento de Licenciaturas em Educação do Campo e os cortes no orçamento do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) também permanecem como desafios. Talvez um dos grandes desafios seja manter as escolas básicas conquistadas com muita luta”, pontuou

Ela acrescenta: “Mais do que nunca é importante a unidade, que a juventude, trabalhadores e trabalhadoras, se unam para pautar a educação e o direito à aposentadoria, tanto no campo como na cidade. As organizações do campo se somam na mobilização do dia 30 de maio em defesa da educação e como mais um momento de acúmulo de forças para a construção da greve geral de 14 de junho”, disse.

Em nome da UNE, Jessy Dayane passou o recado: “Que o dia 30 seja este espaço para que as ruas expressem sua vontade por uma educação pública e de qualidade. Que essa pressão seja o suficiente para o parlamento, que não deve ceder a esta chantagem do governo, e principalmente que cancelem os cortes”, finalizou.