Acampamento do Paraná realiza Primeiro Torneio de Xadrez

Inspiração veio da história de Che Guevara na promoção do jogo na educação
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Atividade envolveu Sem Terra de várias idades. Foto: Divulgação MST/PR

Por Igor De Nadai
Da Página do MST
 

“O xadrez é um passatempo, mas também um educador do raciocínio!” declarou em junho de 1961 o então Ministro da Indústria, Ernesto Che Guevara, ao inaugurar um torneio de Xadrez para organismos estatais de Cuba.

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Ação foi inspirada em ensinamentos de Che

Com esse objetivo de realizar uma atividade esportiva que, ao mesmo tempo, trouxesse lazer e encontros na comunidade camponesa, a escola itinerante e o coletivo de juventude do acampamento  tomaram a iniciativa de realizar o 1º Torneio de Xadrez do acampamento, envolvendo os educandos da escola itinerante e aberto à participação de toda a comunidade.

O evento aconteceu no último sábado (15) de junho com cerca de 30 partidas no total. O espaço foi propositalmente fora das salas de aula, em uma área sombreada por robustas mangueiras e jaqueiras, onde a comunidade acampada pretende construir um espaço permanente de jogos e lazer. Neste primeiro evento, participaram mais de 30 jogadores e jogadoras, de idades muito variadas (de 7 até 35 anos).

O Xadrez na Reforma Agrária Popular
 

Por muitas vezes, o xadrez é associado ao mundo urbano e grandes “gênios”. Contudo, segundo os educadores e integrantes do Movimento, o xadrez pode ter um papel educador popular e humanizador muito importante para as áreas de reforma agrária. 
 

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Karina, uma das finalistas do torneio

Segundo Carlos Felipe, 29 anos, educador da escola e um dos organizadores da atividade, “é muito gratificante ver como o desenvolvimento em sala de aula dos educandos e educandas pode estar  relacionado ao torneio. O xadrez exige calma, atenção e contribui com o raciocínio lógico, ajudando até mesmo na tomada de decisões. Queremos continuar com essas iniciativas, realizando outros torneios de xadrez e também com outras modalidades, como o jogo de damas, por exemplo”.
 

Entre as finalistas estava a educanda do 9o ano Karina, de 14 anos, integrante do coletivo de juventude “Lyudmila Pavlichenko”, do acampamento em Porecatu. Para ela, “o xadrez é uma lição de vida, pois cada peça mexida é uma decisão muito importante que se toma, tem consequências. Por isso o xadrez nos ajuda a pensar melhor nas decisões que tomamos no dia a dia”, falou.
 

Che e o xadrez: Educadores populares da estratégia e do raciocínio
 

Che Guevara teve o jogo presente desde sua infância, quando aprendeu a jogar através de seu pai, e começou participar de torneios locais a partir de 12 anos. Em Cuba, após o triunfo revolucionário de 1959, deu um novo significado ao jogo.

 

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Sem Terrinha também participaram das atividades

“Nestes momentos de confrontações mundias, que envolvem sistemas ideológicos muito diferentes, o xadrez pode e é capaz de juntar as pessoas dos mais diversos países”, afirmou Che.

Como funcionário do Estado cubano, participou da inauguração dos mais diversos torneios de xadrez do país, sendo responsável em grande medida pela massificação do xadrez por toda a ilha, participando sempre que podia destes eventos. 

Além disso, o comandante teve vários triunfos em campeonatos nacionais e em partidas internacionais,  conseguindo 2º lugar por duas vezes nos campeonatos do Ministério das Indústrias de Cuba. Jogou partidas contra vários dos melhores xadrezistas da época, como o soviético Victor Korchhnoi, e venceu o mestre nacional cubano Rogelio Ortega. 

Para se ter uma ideia do nível técnico que Che alcançou no xadrez mundial, seu nome foi incluído no livro de Ouro da FIDE (Federação Internacional de Xadrez) e, pela mesma federação, foi nomeado como cavalheiro. Hoje, com o fortalecimento do xadrez cubano, a revolução conquistou 10 títulos de Grande Mestre, mais de 30 títulos de Mestre Internacional e Campeonato Mundial Juvenil, entre outros triunfos. Todos resultados da obra de Chê no fortalecimento e massificação da modalidade na ilha.

*Editado por Fernanda Alcântara