“Povos Indígenas: Terra, Culturas e Lutas” será lançado neste sábado (17) em SP

Lançamento do livro será na Expressão Popular, no centro da capital paulista, neste sábado às 15h
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Autores buscam ampliar o público de leitura do livro para além dos muros da universidade / Foto: Evaristo Sá / AFP

Por Vanessa Ramos
Do Brasil de Fato

 

Percorrer diferentes contextos sociais e históricos dos cerca de 300 povos indígenas que habitam hoje o Brasil, seja em áreas de floresta, de seca ou nas cidades. Esta é a proposta do livro “Povos Indígenas: Terra, Culturas e Lutas” que será lançado neste sábado (17), às 15h, na Editora Expressão Popular (rua da Abolição, 201, Bela Vista, próximo à Câmara Municipal), na cidade de São Paulo.
 

A obra foi escrita pelo antropólogo e coordenador do Programa Pindorama da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Benedito Prezia, pela professora, bióloga e antropóloga, Luciana Galante, e pela historiadora e antropóloga Beatriz Maestri, que faleceu em 2014, após escrever o livro a partir de uma vasta experiência como catequista franciscana ao lado de povos indígenas de Santa Catarina e de São Paulo.
 

Além de uma homenagem à Beatriz, a obra também é dedicada aos professores Guarani Nhandeva Genivaldo Vera e Rolindo Vera, assassinados em 2009 em Dourados (MS), vítimas de um ataque armado, após a tentativa da comunidade de Y’poi de reivindicar a sua terra ancestral que se encontrava na posse de fazendeiros.
 

“Este livro é fruto de um trabalho que estamos fazendo há muitos anos e é uma devolução daquilo que nós aprendemos com os povos indígenas, que são nossos ancestrais. O Brasil tem uma dívida muito grande em relação a eles que sempre foram discriminados e violentados”, explica Prezia. 
 

Segundo ele, os autores procuraram trabalhar também a diversidade étnica. “Temos que sair dessa ideia de “índio” porque não existe “índio”, o que existem são povos indígenas, com mais de 300 etnias. No livro, quisemos mostrar ainda os vários segmentos, como é o caso das crianças, das mulheres e dos idosos e o papel que eles têm nesta sociedade. É um legado não apenas para uma militância, mas para as escolas e a sociedade em geral”, apresenta. 
 

A antropóloga, Luciana Galante, reforça esta ideia de ampliar o público da leitura para além dos muros das universidades. “O desafio do livro foi trazer à baila o conhecimento indígena e colocá-lo no mesmo patamar do conhecimento ocidental porque os indígenas também produzem ciência mesmo que empiricamente, trazendo essa discussão dentro da sociedade brasileira que é ainda muito carente deste tipo de informação. E, neste contexto político, em que os direitos indígenas estão sendo questionados e a questão da demarcação das terras também, o livro vem trazer informação, mas também questiona essas ofensivas aos direitos porque apresentamos uma abordagem histórica das lutas dos povos indígenas”, diz. 
 

Durante o lançamento em São Paulo haverá uma roda de conversa com a participação do assistente social do povo Pankararu, Edcarlos Pereira do Nascimento, morador da comunidade do Real Parque em São Paulo, das liderança indígenas Pankararé, Alaíde Pereira Feitosa Xavier, de Osasco, e Renato Ângelo Pereira, de São Paulo, além das presenças da antropóloga e professora a PUC-SP, Lúcia Helena Rangel, da missionária do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em São Paulo, Amanda Signori, e do autor Benedito Prezia.

Edição: Rodrigo Chagas/ Brasil de Fato