“Acampamento Marielle Vive! é uma ilha de produtividade em um mar de condomínios”

Conheça mais sobre o acampamento localizado em Valinhos, em SP
LRM_EXPORT_328342181967745_20190726_165111668.jpeg
Trabalhos da Cooperativa Bambu Brasil, em Valinhos-SP. Fotos: Filipe Peres

Da Página do MST
 

Responsável pela implementação da bioconstrução no acampamento Marielle Vive, chamada de “Cooperativa Bambu Brasil”, em Valinhos-SP (92 km de São Paulo, capital), o agrônomo Edson Hiroshi Piracaia afirmou que o acampamento é “uma ilha de produtividade em um mar de condomínios que nada produzem”.

De acordo com o agrônomo, ao perceber uma característica urbana na ocupação, ele viu em “pessoas talentosas” a possibilidade de desenvolver um projeto que fosse capaz de desenvolver pequenas peças de mobiliários: “Eu pensei em desenvolver com eles pequenas peças de mobiliários: banquetas, armarinhos, travesseiro de bambús, etc. Peças relacionadas à saúde, coisas pequenas que pudessem ser levadas em um carro”.

LEIA MAIS: Juíza determina despejo do acampamento Marielle Vive!, em Valinhos

Entretanto, o projeto foi além. Percebendo o talento das pessoas que ali residiam, Edson viu que poderia capacitar jovens , pessoas habilidosas para fazerem móveis maiores, como cercas, por exemplo.

 

LRM_EXPORT_327948648584301_20190726_164438135.jpeg

Para o acampado Luciano, residente do acampamento desde o início, o curso de bioconstrução em bambú foi uma ferramenta para descobrir os talentos que estavam no acampamento: “Eu comecei a fazer o curso, gostei e, agora, estou fazendo alguns projetinhos com o bambú. Tem o muro, as cercas de bambu, o acabamento no meu barraco”, afirmou. A ideia de Luciano é desenvolver um projeto dentro de sua própria casa que contenha muro, túnel, deck, quiosque, cerca, piso e todo o acabamento do lar em bambu.

Para a coordenadora do setor de infraestrutura do Marielle Vive!, Sueli, o conhecimento adquirido com o mestre Edson Hiroshi deu um novo horizonte às pessoas. “Depois que fizemos o curso (de bioconstrução) temos outro horizonte, mudou muita coisa. Nós temos a dimensão de uma coisa que podemos expandir dentro do Marielle. Começando pelas cercas, a catenária, os banheiros”. Nós fazemos os móveis para consumo interno mas, também, pensamos em expandir e comercializá-los, futuramente”, disse.

De acordo com Hiroshi, a ideia é mostrar o Marielle ao mundo: “É o caso de pessoas talentosíssimas como o Luciano, o Gomes e tantas outras pessoas”, encerrou. 

*Editado por Fernanda Alcântara