No Ceará, seminário debate metodologia “Camponês a Camponês”
Por Ivanete Fernandes
Da Página do MST
De 21 a 23 de agosto, aconteceu o 2º Seminário da experiência do método Camponês a Camponês, na Escola Florestan Fernandes, localizada no assentamento Santana/Monsenhor Tabosa.
O evento teve a participação de cerca de 60 pessoas entre educadores(as), educandos(as) e gestores da Escola Florestan Fernandes e Setor de Produção do MST(CE), e contou com a colaboração de Lia Pinheiro, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e do militante Peter Rosset da Via Campesina Internacional. O seminário é uma realização do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Cooperativa Central das Áreas de Assentamento de Reforma Agrária do Ceará (CCA), Via Campesina, com o apoio da Associação Nacional dos Pequenos Agricultores de Cuba (ANAP).
O método “Camponês a Camponês” parte da ideia de consolidar uma rede de agricultores assentados(as) que partilham conhecimentos, investigações e ações baseada em diálogos interligados com os princípios marcantes do método. A proposição preliminar da metodologia social de difusão da agroecolologia “Camponês a Camponês” se baseia na premissa de que “Quando o agricultor vê, ele acredita!”
De maneira dinâmica, a experiência do processo de Camponês a Camponês, desenvolvida no assentamento Santana, é resultado de um esforço coletivo que desenvolvido pelo MST no Ceará, no sertão de Inhamus Crateús.
Desde de maio de 2018, a metodologia horizontal deste método vem sendo aplicada ao processo de transição agroecológica. Atualmente, destacam-se avanços em aspectos ambientais, culturais, sociais, educacionais e tecnológicos, sempre por meio da troca de saberes agroecológicos.
Todos os passos metodológicos deste projeto são dados na perspectiva da construção do conhecimento agroecológico no território camponês do Santana e região. O projeto foi construído em etapas, como a formulação do inventário, aplicações dos questionários, síntese e sistematização e apresentação dos resultados em assembleia geral do assentamento.
Ainda nesta primeira fase, o projeto foi composto pela sistematização do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) e uma reunião para definir os promotores que iniciarão os intercâmbios e a socialização de experiências e saberes com as demais famílias.
Maria Gorete, uma das promotoras do projeto, conta como foi o processo de materialidade das ações no quintal produtivo de sua residência. “Esforço, dedicação, coragem e zelo são essenciais do nosso trabalho, e eu desejo de coração que outros também possam fazer estas ações no presente e no futuro”, afirmou.
O modo de vida das famílias desde o início do assentamento é de um processo coletivo e a produção é mista. Mantêm raízes e laços de solidariedade, sonhos, as lutas em defesa da terra como patrimônio de todos, vivência em comunidade, formas de lidar e cuidar da natureza em sua plenitude.
*Editado por Fernanda Alcântara