PM agride Sem Terra no Centro do Rio
Homens do 5º Batalhão da PM agrediram com bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta e balas de borracha integrantes do Movimento Sem Terra (MST) nesta tarde, em frente ao Tribunal Regional Federal (TRF), na Rua Acre, no centro do Rio.
Cerca de 15 pessoas ficaram feridas com estilhaços de bomba, balas de borracha e agressões físicas. Entre os feridos está inclusive a assessora jurídica do MST, Ana Cláudia. Segundo testemunhas, um policial jogou spray de pimenta em seus olhos enquanto ela explicava o teor do processo. Uma mulher grávida de oito meses passou mal e foi atendida pelos bombeiros. Também havia crianças no local.
Duzentos Sem Terra foram ao Tribunal para acompanhar o julgamento do pedido de nulidade do decreto de desapropriação da Fazenda Cambaíba, no município de Campos, Norte Fluminense. Ao saberem do veredicto favorável à anulação, as famílias se organizavam em fila para entrar no prédio, que é público, quando a Polícia Militar começou as agressões.
A ação do 5º Batalhão da PM teve reforço ainda do Batalhão de Choque da PM e da Polícia Federal. Mais de dez carros de polícia estiveram no local. Advogados do Instituto de Terras do Rio de Janeiro (Iterj) interviram junto à Secretaria de Segurança Pública para parar as agressões por parte da Polícia.
Neste momento, o grupo de Sem Terra está se dirigindo ao Incra, na Rua Santo Amaro, na Glória. De lá, os feridos vão à delegacia registrar queixa.
As terras da Usina Cambaíba estão ocupadas a cinco anos por 410 famílias e têm 3.502 hectares.