Cocaleros sofrem repressão na Bolívia
Com Alai
No dia 28 de setembro, a população de Bustillos, região de Cochabamba,na Bolívia viveu um enfrentamento entre as Forças Armadas e os produtores de coca. O resultado foi um morto, 19 feridos e muitos presos.
O cocalero Juan Choque Cruz foi baleado à queima roupa e morreu no local. Cinco pessoas ainda estão feridas com gravidade.
“Este é o primeiro morto do governo do presidente Carlos Mesa e esta situação não pode continuar assim”, disse o dirigente cocalero Evo Morales.
O conflito começou quando as brigadas de erradicação dos cultivos de coca se encontraram com os trabalhadores rurais, que realizavam vigílias em Bustillhos.
Esta região é habitada em sua maioria por ex-trabalhadores em minas que em 1985 foram demitidos pela Corporação de Mineração Boliviana (Comibol) e hoje tem como única fonte de renda o plantio da coca.
A política antidroga boliviana é sustentada em quatro pilares: a erradicação do cultivo de coca, o fim do narcotráfico, a prevenção do consumo de drogas e o desenvolvimento alternativo no campo. A eliminação da coca é a mais polêmica.
Desde a implementação da Lei do Regime da Coca e de substâncias controladas em 1988 se estima que mais de 115 pessoas faleceram, a maioria produtores de coca.
Segundo o deputado Dionisio Núñez “o plano antidroga de Carlos Mesa responde à imposição dos Estados Unidos, que deseja eleiminar o movimento cocalero”.
O deputado e líder cocalero Evo Morales advertiu que caso o governo não modifique sua política antidroga, a situação no país pode se agravar.