Trabalhadoras rurais acampam nas capitais do país

De 6 a 8 de março acontece o 3º Acampamento Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais denominado Margarida Alves, homenagem à líder sindical assassinada na década de 80 na Paraíba.

É um momento de luta e resistência ao projeto neoliberal, que também no campo só gera miséria e exclusão social. Marca, ainda, o Dia Internacional da Mulher. Durante os três dias de acampamento está programada uma série de atividades, como audiências, atividades culturais, estudos, debates, caminhadas e atos públicos.

Para Acácia Maria Feitosa Daniel, da Direção Estadual do MST em Sergipe, a atividade representa um espaço de mobilização e luta contra o atual modelo econômico do governo FHC, que marginaliza a agricultura, levando miséria ao campo. “Temos que construir um projeto popular para a agricultura brasileira, com Reforma Agrária, distribuição da renda e da riqueza e políticas agrícolas”, avalia Acácia Feitosa. Além dessas questões, o acampamento traz como pontos de reivindicação Saúde, Educação e Previdência públicas e universais. Neste estado, a mobilização ocorre na capital, Aracaju, na praça dos Capuchinhos, bairro América, e reúne cerca de 700 acampadas e assentadas de todo o Estado.

Cerca de mil mulheres ligadas aos movimentos do campo acampam a partir de hoje na Praça dos Martírios, em Maceió. Segundo a irmã Cícera Menezes, da Pastoral da Terra, as mulheres irão defender bandeiras como a implantação de um sistema único de saúde com participação popular e controle social; implantação da reforma agrária e de uma política agrícola; e a garantia de documentação e cidadania a todas as mulheres.

Em São Paulo, o acampamento montado no Ibirapuera (próximo ao Obelisco) conta com a participação de 300 mulheres que chegaram ao local em 4 março e tem por objetivo lutar pela Reforma Agrária, denunciar a violência e a perseguição aos trabalhadores e pedir a libertação de nossos companheiros que estão presos há um mês.

Cerca de 1500 mulheres instalaram hoje um acampamento em Porto Alegre. As trabalhadoras estão montando sua estadia no Ginásio Tesourinha. Elas pretendem ficar até sexta-feira, 8 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.

Este é o terceiro ano em que acontece o acampamento de mulheres. O primeiro ocorreu de 13 a 17 de março de 2000, em Brasília, com representantes de todas as regiões do país. No ano seguinte, a mobilização foi de 5 a 9 de março, nos Estados. A atividade é organizada pela ANMTR (Articulação Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais), que reúne organizações e movimentos sociais, entre eles o MST.