Deputados pró-transgênicos aprovam relatório batendo em manifestantes

O presidente da Comissão Especial responsável pela elaboração de proposta única para os transgênicos, deputado Beto Rosado (PFL-RN) conseguiu aprovar, em 12 de março, o relatório final usando de violência física. Por ordem sua, os seguranças da Câmara dos Deputados partiram para cima dos manifestantes presentes no plenário da Comissão e expulsaram-nos na base da pancadaria. A agressão não respeitou mulheres, crianças e tampouco deficientes físicos. Foram envolvidos na confusão os representantes do MST, Movimento dos Atingidos por Barragem, Movimento dos Pequenos Agricultores, Associação Nacional das Mulheres Trabalhadoras Rurais, Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil, Greenpeace, Campanha por um Brasil livre de transgênicos e Via
Campesina.

A bancada ruralista da Câmara, pró-transgênicos, montou um rigoroso esquema de segurança para conter os manifestantes, uma vez que nas três últimas ocasiões em que o relatório ía ser votado as manifestações conseguiram barrar o processo. O acesso ao plenário da Comissão, por exemplo, só se fazia através de senhas fornecidas ao deputados – uma senha para cada parlamentar titular da comissão. Mesmo assim, um grupo de manifestantes entrou e conseguiu se fazer ouvir através de apitos e palavras de ordem.

Assustado, o presidente, Beto Rosado, determinou que os seguranças expulsassem os manifestantes. A ordem foi seguida, utilizando-se da violência pura e simples.

Não foram atingidos pela violência, os representantes da Monsanto e seus parceiros públicos e privados no negócio. Estes gozam de uma certa imunidade na Casa. Junto com autoridades do Governo FHC, eles comemoram a aprovação do projeto que, na prática, faz do brasileiro cobaia dos seus experimentos. Os manifestantes avisam, porém, que a luta não acabou. As manifestações vão continuar por todo país.