Brincadeiras e atos políticos marcam mobilização nacional dos Sem Terrinha

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Brincadeiras e atos políticos marcam mobilização nacional dos Sem Terrinha

18/10/2004

Atividades lúdicas, pedagógicas, manifestações e reuniões com autoridades políticas e governamentais marcaram os encontros estaduais de Sem Terrinha, que ocorreram em todo país. O objetivo era integrar as crianças, incentivar sua cidadania, sensibilizar a sociedade para a maneira como vivem e suas necessidades.

Os temas trabalhados esse ano foram “Sementes, Patrimônio da Humanidade” e “Por uma escola do Campo”.

Veja as atividades realizadas em alguns estados:

Pernambuco

No dia 10 de outubro o Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, no Recife (PE), amanheceu movimentado. Cerca de 3 mil crianças de todas as idades, em sua maioria de 8 a 12 anos, participaram do IX Encontro dos Sem Terrinha de Pernambuco.

“Nós do MST temos que cuidar de nossas crianças já que a sociedade não está fazendo isso”, afirmou Rubineuza de Souza, dirigente do setor de educação e também coordenadora do encontro.

No dia 11, os Sem Terrinha realizaram uma manifestação no centro de Recife, que terminou com apresentações culturais de Frevo, Afoxé e capoeira. Já o dia das crianças, 12 de outubro, foi marcado pela realização das oficinas ministradas por grupos culturais e estudantes universitários.

Mato Grosso do Su

Em Campo Grande (MS) foi realizado o VII Encontro Estadual do Sem Terrinha e o I Encontro Estadual Infanto Juvenil do MST/MS. Cerca de 700 crianças de 7 a 12 anos e 300 adolescentes de 13 a 15 anos de idade participaram do evento.

No dia 14, os Sem Terrinha realizaram uma caminhada pelo centro da cidade e um ato público em frente ao Conselho Estadual de Educação. Eles também conheceram o museu municipal, o Parque das Nações Indígenas e Horto Florestal.

Maranhão

Mais de 500 crianças e adolescentes, filhos de agricultores do MST , estiveram reunidos em São Luís, capital do Maranhão, no 4º Encontro Estadual dos Sem Terrinha entre 11 e 14 de outubro.

Uma das atividades políticas do evento foi a elaboração de cartas, escritas por crianças e adolescentes, com propostas de melhorias de assentamentos e acampamentos para serem implantadas pelo governo do estado.

Os Sem Terrinha apresentaram ao secretário de educação do Maranhão, Altemar Lima, e a uma equipe técnica da secretaria e Iterma (Instittuto de Terras do Maranhão), sua pauta de reivindicações. Entre as propostas apresentadas estão a construção e ampliação de escolas de ensino fundamental, a implantação do ensino médio através de escolas-pólos nas regiões de maior concentração de assentamentos, garantia de transporte para alunos que precisam de deslocamento em grandes distâncias na área rural e material didático para a educação de jovens e adultos e formação de professores.

Ao mesmo tempo em que a comissão era recebida pelo secretário de educação, mais de 500 sem terrinha que aguardavam o final da audiência do lado de fora do palácio do governo sofreram agressões de policiais.

Rio Grande do Sul

Os Sem Terrinha gaúchos divulgaram uma carta expressando suas reivindicações, além de participarem das atividades realizadas na semana. “Temos nas áreas de acampamento e assentamento escolas que são fruto de muita luta, que além de ensinar a ler e escrever nos educa para a vida, valoriza nossos conhecimentos e nossa realidade. Nossas escolas tem uma proposta pedagógica construída com a comunidade escolar do campo, tendo uma organização diferenciada da qual participam pais, mães, educadores e educandos no desenvolvimento de projetos de preservação do meio ambiente, de um novo modelo de agricultura camponesa e de incentivo a atividades culturais como música, dança, teatro, artesanato”, diz o documento.

Paraná

Os Sem Terrinha do Paraná coloriram o Palácio do Iguaçú de vermelho. Os 1.300 participantes do 5° Encontro dos Sem Terrinha, se reuniram em frente ao Palácio para realizar uma audiência como o governador do Estado, Roberto Requião. Entre outras apresentações as crianças entregaram uma pauta de reivendicações ao governador Roberto Requião.

A pauta exigia a continuidade e aprovação da Escola Itinerante, ampliação da Escola Itinerante para mais cinco acampamento, dobrar o número de educadores, imediata entrega da infra-estrutura para as escolas em funcionamento, garantir a formação continuada dos educadores da Escola Itinerante, viabilizar o curso de magistério, garantir concurso público específico para os educadores do campo, dar condições para que todas as pessoas do campo possam estudar nos locais onde moram e garantir que o Paraná seja livre de transgênicos e agrotóxicos.