Produção da soja aumenta a destruição da floresta amazônica
Por Gisele Barbieri
Fonte Agência Notícias do Planalto
A expansão das fronteiras agrícolas sobre a Amazônia para o cultivo de soja tem sido patrocinada por multinacionais estrangeiras. A informação é do Greenpeace, Organização não-governamental (Ong) de defesa ao meio ambiente, que lançou na última semana, o relatório intitulado “Comendo a Amazônia”. No documento, a entidade revela, através de um estudo de dois anos, que a demanda mundial por soja produzida na Amazônia, alimenta a destruição da floresta, incentiva o desmatamento, a grilagem de terras e a violência contra as comunidades locais.
No Brasil, o estudo se concentra na ação de multinacionais como a Cargill, revelando as estratégias de uma indústria vigorosa e devastadora, e incluindo novas evidências da responsabilidade das empresas estadunidenses e do papel involuntário de consumidores europeus na destruição da floresta e no uso de trabalho escravo na Amazônia.
A investigação mostra ainda como a soja amazônica vai parar nas prateleiras de supermercados e redes de fast-foods da Europa. A rede Mcdonalds foi alvo de duras críticas do Greenpeace. Uma campanha da ONG quer constranger empresas européias a não comprar, e consumidores a não comerem alimentos derivados da soja amazônica.
O Mato Grosso, depois das áreas de cerrado, é o campeão de desmatamento e queimadas (48% do total que é de 54%), nos anos de 2003 e 2004, inclusive o governador do Estado, Blairo Maggi, é um dos maiores exportadores de soja. Outro ponto de avanço da soja é o entorno das rodovias que permitem o escoamento da produção, como a BR 163 (que liga Cuiabá, no MT, a Santarém no PA). Nos últimos anos, a produção de soja ao longo da parte pavimentada da BR-163 saltou de 2,4 mil hectares em 2002 para mais de 44 mil hectares em 2005.