Maioria da população brasileira teme pela soberania nacional
Fonte Adital
O Brasil corre o risco de ser invadido por um país rico devido às suas riquezas. Para 75% dos brasileiros, isto é uma preocupação real, como mostram os números de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), encomendada pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas).
O principal objetivo da pesquisa foi identificar a opinião do cidadão comum sobre as principais questões ambientais do país. E quando perguntados sobre as chances do país ser invadido, 75 de cada 100 entrevistados responderam acreditar na possibilidade. Essa opinião foi homogênea em todas as classes sociais, regiões e idades. Somente 19% da população acham que o Brasil está livre dessa cobiça internacional.
Dos entrevistados, cerca de 84% afirmaram que sabiam se tratar de crime manter animais silvestres em cativeiro e apenas 11% disseram desconhecer a legislação. Mas, esta consciência sobre o que é legal não significa cumprir a lei. 30% dos entrevistados afirmaram que têm ou já tiveram animais silvestres em casa.
Na avaliação do coordenador geral da Renctas, Dener Giovanini, esse dado reflete a eficiência das campanhas educativas sobre o tema e, ao mesmo tempo, a ineficiência da fiscalização. “Nos ficamos bastante satisfeitos com esse resultado, pois fizemos a nossa parte. Ele mostra que a informação chegou para todos. Agora, é necessário que o governo intensifique a repressão sobre os traficantes”, afirmou o ambientalista.
A pesquisa também mostrou que é baixo o nível de confiança do cidadão nas ONGs ambientais. Apenas cerca de 30% têm algum tipo de confiança. Para 57% da população, o trabalho das ONGs ambientalistas é pouco confiável. Outro dado negativo foi a imagem que a população tem do país quando se trata da preservação dos recursos naturais. Para a grande maioria, cerca de 70%, o Brasil não é um país que respeita o meio ambiente.
Comércio lucrativo
No Brasil, apenas estabelecimentos licenciados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) podem vender animais silvestres, mas o que predomina é o comércio ilegal.
A Renctas estima que o tráfico ilegal de animais o país movimenta cerca de US$ 1,5 bilhão por ano, valor que chegaria a cerca de US$ 25 bilhões em escala mundial. Uma única arara azul pode ser vendida por US$ 60 mil nos Estados Unidos, segundo o coordenador-geral da Renctas, Dener Giovanini.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) investiga a biopirataria no Brasil. Segundo o relator da CPI, deputado federal Sarney Filho, o tráfico de animais silvestres só perde, em termos de lucratividade, para o tráfico de drogas e armas.