Falta vontade do governo federal em cumprir acordo com sem-teto, diz MTST

Por Clara Meireles
Fonte Agência Notícias do Planalto

Após sete meses de ocupação em terreno na cidade de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, as 860 famílias do acampamento Chico Mendes devem ser despejadas nos próximos meses, já que quase todos os recursos jurídicos para permanência na área foram esgotados.

Apesar disso, com a mobilização todos os militantes do acampamento ligado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) conseguiram ser incluídos no programa 460 do governo federal, que prevê a produção em lotes urbanizados com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo Guilherme Boulos, integrante do MTST, para inclusão concreta no programa, os sem-teto devem buscar áreas viáveis, negociar com os proprietários e entrar com pedido de recurso no governo para pagar o terreno. Somente depois, o projeto será de fato aprovado e a construção será iniciada.

“Nós estamos um pouco emperrados um pouco nesses primeiros passos um pouco mais burocráticos, porque a Caixa [Econômica Federal] não tem tido vontade suficiente nem o Ministério das Cidades para nos auxiliar e tomar uma conduta ativa na busca dessas áreas, na negociação. E evidentemente que o movimento tem sempre menos recurso que o estado e o governo para buscar essas áreas e abrir negociação com proprietários”.

Apesar das dificuldades e da ameaça de despejo, as famílias sem-teto estão certas de que as atividades de formação política e cultural que desenvolveram neste período foram muito valiosas e estão dispostas a disseminar em outras comunidades a luta que aprenderam.