Tribunal quer dar voz às vítimas das transnacionais européias
Fonte Minga Informativa
Ativistas da sociedade civil e dos movimentos sociais da América Latina e Europa abriram ontem as portas do Tribunal Permanente dos Povos, que está submetendo mais de 30 das maiores empresas transnacionais européias a julgamento pelas violações aos direitos humanos e injustiças econômicas e ecológicas contra a América Latina e Caribe. O julgamento vai até amanhã.
Segundo Elmar Altyater, catedrático da Universidade Livre de Berlim e presidente do tribunal, “este espaço pretende dar voz aos que carecem dela: os representantes das comunidades latino-americanas que são vítimas da impunidade das transnacionais européias”.
A atividade acontece paralelamente à Cúpula União Européia – América Latina e Caribe, considerada a máxima instância das relações comerciais entre as duas regiões. Para fazer o contraponto, o fórum discute os tratados comerciais continentais e as políticas militares das nações dominantes.
João Pedro Stedile, integrante da direção nacional do MST, foi testemunha hoje da acusação contra a Aracruz Celulose, empresa monocultora de celulose de capital estrangeiro que foi ocupada em 8 de março pelas mulheres da Via Campesina Brasil. “A experiência, depois de 15 anos de neoliberalismo, nos diz que o capital transnacional foi feito com o controle dos nossos recursos naturais, nossas árvores, nossa água e nossas sementes”, afirmou.
Christian Ferreyra, do Centro de Documentação e Informação da Bolivia (CEDIB), apresentou uma ação contra a BP, empresa britânica do setor elétrico, e a Repsol, empresa espanhola de gás e petróleo. “Nós nos opomos à construção do oleoduto, que representa um instrumento para expropriar os recursos naturais da Bolívia”, disse.