Já hospitalizados, presos políticos retomam greve de fome no Chile

Condenados a 10 anos de prisão e uma multa de 423 milhões de pesos chilenos, Juan Marileo, Juan Carlos Huenulao, Florencio Marileo e Patricia Troncoso começaram uma greve de fome em 13 de março para exigir sua libertação. Após 63 dias, os indígenas mapuches suspenderam o protesto por estarem com a saúde muito debilitada. Porém, em 19 de maio eles decidiram retomar a mobilização, já no hospital.

A acusação que pesa contra eles é um ato em uma área da empresa Florestal Mininco, que tem mais de um milhão de hectares plantados com eucalipto e pinus para produção de celulose. Há mais de 10 anos os mapuches lutam pela recuperação de territórios invadidos pela companhia.
O julgamento foi baseado em uma lei anti-terrorista promulgada em 1984 pelo ditador Augusto Pinochet. O processo já foi denunciado por suas inúmeras irregularidades.

“Somos parte de um povo que ainda sofre a opressão, o despejo e a violência de um Estado racista e descriminados. Mais uma vez, como acontece historicamente, o governo chileno tem faltado com sua palavra. Fazemos um chamado a todo o Povo Mapuche, ao povo chileno e aos povos do mundo a retomar a luta e não abaixar os braços, já que nós retomamos nossa greve de fome por tempo indeterminado”, disseram em seu último comunicado, divulgado do hospital Hernán Enriquez, onde os quatro estão sendo tratados.