Seminário reuniu jovens de diversos movimentos sociais

Fonte Estudantenet

Representantes de diversos movimentos envolvidos nas lutas sociais participaram nos dias 1º e 2 de junho do Seminário da Coordenação dos Movimentos Sociais, realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes em Guararema (SP).

Com o intuito de refletir, debater e construir ações conjuntas que envolvam os jovens nas busca por mudanças na sociedade, o seminário conseguiu em dois dias intensificar a integração das entidades e discutir a importância da união dos movimentos para que as reivindicações sejam atendidas.

Participaram do encontro integrantes do MST, UNE (União Nacional dos Estudantes), Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), CUT (Central Única dos Trabalhadores), MSU (Movimento dos Sem Universidade), Unegro (União dos Negros pela Igualdade), Conam (Confederação Nacional das Associações de Moradores), Marcha Mundial de Mulheres, Nação Hip Hop e o movimento GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis e Transexuais). Eles questionaram o papel da juventude no processo de desenvolvimento e fortalecimento do Brasil e a construção de um projeto social para o país.

Durante os dois dias houve grupos de discussão que levantaram questões referentes à importância tanto do planejamento de ações, quanto definições de metas para envolver a sociedade em debates que sejam de seu interesse. Além disso, foi lembrado a todo o momento que todas as lutas ganhas no país envolveram a juventude unida e focada nos
mesmo objetivos.

Participações

O presidente da UNE, Gustavo Peta, falou sobre a importância do seminário para formar uma aliança entre os movimentos da juventude, a fim de fortalecer a batalha por mudanças no Brasil. Ele acredita que essa “unidade determinante” seria fundamental para alimentar uma mobilização capaz de realmente conquistar direitos. Thiago Franco, presidente da Ubes, completou enfatizando o caráter do seminário: “Temos que aproveitar o momento político e cobrar que nos governantes assumam como prioridade as políticas públicas para a juventude”.

Nalu Faria, da Marcha Mundial de Mulheres, destacou a importância dos movimentos não se desmembrarem, mantendo a articulação entre si, com autonomia e independência de atuação. Para ela, é necessário que essa articulação resulte numa contribuição para elevar a consciência crítica do povo brasileiro. “Se tratando de um ano político, com tantas polaridades, é essencial não perder o sentido estratégico de avanço democrático, com a unificação das lutas dos jovens dentro dos movimentos sociais. Precisamos de um Estado que entenda a necessidade e reivindicações da juventude”, disse.

Já o jornalista Gilberto Maringoni cutucou os participantes: “Luta social, sem planejamento, não se faz”, disse. Seguindo essa linha de pensamento, o também jornalista Altamiro Borges lembrou que os movimentos sociais jogam papel fundamental no processo de inclusão social. No entanto, ele disse que muitas vezes o trajeto dessas entidades é dificultado pelo governo, em razão de fatores como burocratização e institucionalização. “Não é possível fazer omelete, sem quebrar ovo”, brincou, justificando a posição de acomodação de órgãos governamentais com relação ao tema.

Carta à juventude brasileira

Em 2 de junho os grupos estabeleceram suas propostas e objetivos e expuseram suas bandeiras de luta. Ao fim do encontro, os jovens apresentaram as resoluções que irão compor a “Carta à Juventude Brasileira” que apresenta pontos fundamentais para o desenvolvimento de políticas sociais e públicas no país. Confira abaixo alguns pontos do documento:

– Orientações políticas: Fortalecimento dos movimentos sociais e da CMS nos Estados e também da ação política e ideológica da juventude.

– Bandeiras de Luta: Educação pública, gratuita e de qualidade para todos; trabalho e renda no campo e na cidade; criminalização da homofobia. Garantia dos direitos sexuais e
reprodutivos; fortalecimento da luta anti-imperialista; contra o modelo neoliberal.

– Tarefas Práticas: constituir um grupe de trabalho permanente para avançar no debate sobre juventude, com o intuito de redigir uma carta à juventude brasileira.