Sem Terra desocupam área em Americana (SP)
A área pertencente ao estado de São Paulo que foi ocupada ontem (15/08) por 100 famílias ligadas ao MST na região de Americana (SP) foi desocupada.
A saída das famílias aconteceu ontem mesmo, no final da tarde, após o agendamento de uma reunião entre MST, Procuradoria Geral do Estado (PGE), Instituto de Terras de São Paulo (Itesp) e Secretaria de Justiça, para discutir a questão no próximo dia 30.
Apesar das ameaças da Polícia Militar, a desocupação aconteceu de forma pacífica. Mesmo assim, parlamentares e autoridades políticas presentes ao local se comprometeram a entrar com representações contra o comandante interino da 3ª Companhia do 19º Batalhão, Tenente Takiushi, por abuso de autoridade. Chefiando a operação, o Tenente Takiushi e sua tropa ameaçaram as famílias com violência.
Contexto
A área de 124 hectares ocupada ontem é uma parte da fazenda Salto Grande. Ela foi resgatada pelo estado em 1977 por conta de dívidas do proprietário com o INSS e posteriormente divida entre o governo federal, governo do estado de São Paulo e prefeitura de Americana. A parte que pertence ao governo federal já foi desapropriada e hoje abriga o pré-assentamento Milton Santos. A parte da prefeitura foi utilizada para um projeto de reflorestamento, enquanto a que pertence ao estado de São Paulo está sendo irregularmente utilizada pela Usina Esther para plantar cana-de-açúcar.
Os Sem Terra que ocuparam a parte da fazenda que pertence ao estado não poderão ser assentados no Milton Santos, pois a área é pequena e não comporta todas as famílias.
Em audiência com a Secretaria de Justiça de São Paulo, o MST reivindicou a vistoria da área, já realizada pelo Itesp. A Procuradoria Geral do Estado inclusive considera esta área um espaço destinado à Reforma Agrária.