Fazenda é desapropriada no Rio Grande do Sul
O Diário Oficial da União publicou nesta quarta-feira, (13), o decreto de desapropriação da Fazenda Santo Antônio, do município de Itacurubi (RS). A área tem mais de 3,7 mil hectares e será transformada em um assentamento para 190 famílias Sem Terra.
O MST considera a publicação do decreto uma sinalização positiva, mas lembra que cerca de 2,5 mil famílias vivem em acampamentos de beira de estrada no Rio Grande do Sul. Enquanto isso, existem outras oito áreas, em cinco municípios gaúchos, que foram anunciadas em julho pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No total, estas áreas serão destinadas a 510 famílias, mas ainda dependem da assinatura do decreto de desapropriação.
O Movimento mantêm a ocupação no prédio do Incra e aguarda a conclusão de audiência com a superintendência regional do órgão para tomar uma decisão. No município de Jóia, as famílias que ocupavam a Granja da Saúde desde o dia 4 decidiram sair da fazenda ao longo desta quarta, após acordo com os proprietários e a Justiça.
As principais reivindicações do MST com estas mobilizações, são:
* O cumprimento da meta de assentamentos estipulada pelo próprio Incra, de 1070 famílias assentadas em 2006.
* O assentamento das 2,5 mil famílias acampadas no Estado.
* A desapropriação das fazendas Cabanha Dragão, de Eldorado do Sul, e Granja Três Pinheiros, de Sananduva. A primeira foi comprovadamente utlizada para lavagem de dinheiro pelo tráfico de drogas e a segunda teve a falência decretada em 1997.
* A desapropriação da Fazenda Guerra, de Coqueiros do Sul, um latifúndio de 9 mil hectares onde poderiam viver aproximadamente 450 famílias. A desapropriação desta área é defendida por dezenas de prefeitos da região norte do estado, porque sabem que os assentamentos da Reforma Agrária são importantes para a economia local e que uma área de 9 mil hectares, pertencente a apenas uma família, não contribui para o desenvolvimento regional.