Governo do Rio Grande do Sul trata Reforma Agrária como caso de polícia

NOTA DA COORDENAÇÃO ESTADUAL DO MST – RS

O governo do Rio Grande do Sul mais uma vez está tratando a Reforma Agrária como caso de polícia. Em quatro anos de gestão Germano Rigotto, o Estado não assentou nenhuma família Sem Terra. Mas foi ágil em mandar a Brigada Militar agir com violência contra os trabalhadores e trabalhadoras organizados no MST.

Na madrugada desta terça-feira, a Brigada Militar voltou a praticar tortura psicológica contra as famílias Sem Terra. O caso ocorreu em São Borja, onde cerca de 150 agricultores ocuparam a Fazenda Palermo. Seu assentamento depende da liberação de recursos que o governo do estado já possui.

De acordo com os integrantes do MST que estão na ocupação, a partir da meia-noite desta terça-feira, a Brigada Militar reforçou o efetivo policial, com diversos homens e viaturas. A uma distância de aproximadamente 50 metros do acampamento, os policiais passaram a madrugada inteira impedindo as famílias de dormir. As sirenes das viaturas ficaram ligadas, em alto volume. Os policiais gritaram ofensas aos Sem Terra. Por volta das 2h30 da madrugada, a Brigada Militar disparou uma rajada de tiros por cima dos barracos.

A mesma prática de tortura psicológica foi utilizada pela Brigada Militar na ação de despejo da Fazenda Guerra, em Coqueiros do Sul, na madrugada entre os dias 11 e 12 de março deste ano. Por sorte, naquela ocasião, as famílias acampadas filmaram as ações da Brigada Militar e fizeram denúncia ao Ministério Público, o que motivou um inquérito civil público e também denúncias junto à ONU (Organização das Nações Unidas).

O governo do estado fez a opção política de se omitir em relação à Reforma Agrária, mas aumentou a repressão aos movimentos sociais. Para solucionar o conflito envolvendo a Fazenda Palermo, em São Borja, basta que o governo do estado libere R$ 2,4 milhões que recebeu através de convênio com o Incra. É dinheiro que deveria ter sido destinado para a Reforma Agrária, mas ao contrário, o que o governo do estado faz é reprimir os trabalhadores e as trabalhadoras organizados que estão na luta pela terra.

Coordenação Estadual do MST-RS