UNE e UBES protestam contra reajuste das passagens em SP

Diante de um possível aumento de 15% nas tarifas de ônibus na cidade de São Paulo, centenas de estudantes promovem a partir de amanhã uma série de manifestações contra a medida. A passagem, que hoje custa R$2,00, deve subir para R$2,30 no dia 28 de novembro. A mudança ia acontecer no próximo sábado (25/11), mas foi adiada pela Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica da Câmara Municipal, que encontrou indícios de superfaturamento na operação.

“Vamos nos mobilizar contra esse reajuste”, disse o presidente da UBES Thiago Franco. Ele explica que o aumento é superior ao dobro da inflação em São Paulo desde o último reajuste e que o processo foi feito sem o conhecimento da população: “Esse é um agravante: nada foi discutido com a sociedade, nem mesmo a Câmara de Vereadores participou e as planilhas de custos não foram devidamente apresentadas”.

Segundo o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Gustavo Petta, a mobilização dos jovens nos próximos dias será “tão grande como as que aconteceram nos últimos anos em Salvador e Santa Catarina”, se referindo aos protestos que ganharam o nome de “Revolta do Busão” e “Revolta da Catraca”, protagonizados também pelo MPL (Movimento Passe Livre).

Os dirigentes da UNE, UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), da UPE (União Paulista dos Estudantes) e de outros movimentos sociais estão convocando todos os secundaristas e universitários para se reunirem amanhã, a partir das 09h00 na Praça da Sé, no centro da cidade.

Roteiro da passeata

O protesto dos estudantes amanhã começará na Praça da Sé e passará em frente á Secretaria de Transportes e à Prefeitura Municipal. As entidades esperam um grande número de participantes. “Vamos levar os estudantes das salas de aula para reivindicar uma questão de interesse de todos jovens. Os altos preços da passagem tiram os alunos da escola e esse é um problema muito grave”, afirma Franco.

Recentemente, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), chegou a sugerir que o alto valor das tarifas na cidade se deve ao ônus meio passe estudantil. Para o presidente da UBES, “o meio passe é uma garantia não só para o jovem, mas para toda a família que também é beneficiada”.