Jornada debate educação do campo no Paraná
O MST promove a Jornada Estadual de Educação na Reforma Agrária, com o lema “Todas e Todos Sem Terra Estudando”, no Centro de Convenções, em Cascavel, no Paraná, entre 26 a 30 de novembro, para discutir qual é o papel da educação na consolidação da democracia e na construção do projeto de desenvolvimento para o Brasil.
O encontro deve reunir cerca 3.000 participantes entre educadores e educandos dos assentamentos e acampamentos, do EJA (Educação de Jovens de Adultos), do ensino fundamental médio, cursos técnicos e superiores, estudantes e professores da rede pública de Cascavel e professores que apóiam os movimentos sociais.
Desde 1984, além das ocupações de terra e marchas para pressionar pela reforma agrária no país, o MST luta pelo acesso à educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis para a população do campo. Em toda a sua história, foram conquistadas aproximadamente 2 mil escolas públicas nos acampamentos e assentamentos em todo país, abrindo as portas do conhecimento para 160 mil crianças e adolescentes Sem Terra. Também foram formados mais de 4 mil professores.
Nos últimos anos, foi desencadeado um trabalho de alfabetização de jovens e adultos, que envolve a cada ano 2 mil educadores e mais de 28 mil educandos. Mais de 50 mil pessoas já aprenderam a ler e escrever no MST, que defende que a escola esteja onde o povo está e, conseqüentemente, os camponeses têm o direito e o dever de participar da construção do seu projeto de escola.
Serão realizados debates sobre a importância do estudo e da escolarização na luta pela reforma agrária, o papel da educação do campo e a atuação do setor de educação do movimento na escolarização dos trabalhadores Sem Terra. A jornada atua também como elemento de motivação para agricultores estudaram para compreenderem a sociedade
“O movimento chegou a conclusão que para implementar um processo de reforma agrária com mais qualidade, onde as famílias possam melhorar a qualidade de vida é preciso elevar a escolarização dos trabalhadores”, acredita a integrante do setor de educação, Izabel Grein.
Durante a mobilização também estará em debate o papel da educação para os Sem Terra. “A educação tem um papel fundamental na emancipação do ser humano, não só como escola, mas como formação humana do sujeito Sem Terra, que acontece em todos os espaços de luta”, ensina o coordenador do setor de educação do MST-PR, Alessandro Santos Mariano.
No Paraná, por exemplo, o MST conta com 93 escolas, com educação infantil, ensino fundamental e médio, levando educação para 11300 educandos nos acampamentos e assentamentos. Atualmente, há 18 mil famílias assentadas em 285 assentamentos. No entanto, cerca e 8 mil famílias ainda permanecem acampadas em aproximadamente 75 acampamentos.
Durante a atividade, aproximadamente 300 jovens e adultos vão receber a certificação da Secretaria de Educação de Rio Bonito do Iguaçu, município do Paraná, pela participação no projeto Brasil Alfabetizado, realizado em parceria com o Ministério da Educação.
Será lançado também o 6º Concurso Nacional de Arte-Educação do MST, que pretende debater a importância da escola como espaço de transformação rumo à libertação do ser humano e fortalecer a participação das famílias Sem Terra nas escolas do movimento.