Camponeses protestam em estradas pelo segundo dia consecutivo no Mato Grosso do Sul

Nesta terça-feira (05/12), cerca de 2.100 lavradores sem-terra bloquearam pelo segundo dia seguido duas rodovias para cobrar o assentamento de 1700 famílias, cerca de 900 do MST, nos complexos Santo Antônio e Caburí, em Itaquiraí, no Mato Grosso do Sul.

Em Brasília, o Ministério do Desenvolvimento Agrária e a superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) do Mato Grosso do Sul estão reunidos para resolver a questão da compra área de 32 mil hectares, formada pelo território contínuo da Fazenda Santo Antônio e dos complexos Caburí 1, 2 e 3.

O MST exige que o governo federal cumpra o compromisso de assentar as famílias acampadas na região nas terras dos complexos. O Incra apóia a compra das terras, mas o ministério ainda não tem posição formada.

Diante disso, no município de Eldorado, foi fechada por 600 trabalhadores rurais a rodovia BR-163 às 4h30. Em Itaquiraí, na divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul, cerca de 1.500 trabalhadores rurais fecharam a MS-487 às 4h.

Os acampamentos da região sul do estado contam com trabalhadores rurais vivendo entre seis a 10 anos embaixo da lona preta na luta pela Reforma Agrária. O MST realiza ocupações no Complexo Santo Antônio desde 1996.

O MST tem mais de 3500 famílias acampadas no Mato Grosso do Sul, das quais 2000 vivem na região sul. A meta de assentamentos no estado é 2.200 famílias, mas até agora apenas 70 famílias receberam seus lotes neste ano.