MST ocupa fazenda em Chorozinho, no Ceará

Cerca de 150 famílias organizadas pelo MST ocuparam na madrugada de hoje, a fazenda Campestre, localizada no município de Chorozinho, a 90 km de Fortaleza. O clima é de tensão no local. Esta manhã, batalhões da Polícia Militar do município de Chorozinho e de Pacajús estiveram na área acompanhados do proprietário, Eurípedes Maia Chaves. Apesar de não terem mandado judicial, eles não quiseram negociar e ameaçaram expulsar violentamente os trabalhadores rurais ainda hoje.

O MST está tentando abrir um canal de negociação com o Incra e a Justiça. As famílias acusam o governo federal de falta de vontade política e de agilidade na questão agrária. A lentidão gera tensão no campo. Entre 2002 e 2006, o número de conflitos no país aumentou de 926 para 1.690 por ano.

Existem 1.700 famílias acampadas à espera de um lote de terra no Ceará. A ocupação de fazendas improdutivas é o único instrumento para estes trabalhadors denunciarem a situação e pressionarem o governo a fazer a reforma agrária.

Cerca de 200 homens e mulheres e 40 crianças estão acampados às margens da rodovia BR 116 há quase um ano esperando serem assentadas. A fazenda, de 800 hectares, está abandonada e é improdutiva. Os manifestantes reivindicam o cumprimento do artigo 5º da Constituição brasileira, que determina que toda propriedade deve ter função social, caso contrário, deve ser desapropriada e destinada à Reforma Agrária.

As famílias pretendem fundar no local o acampamento Luiz Carlos.

A ocupação foi uma resposta do Movimento à superintendência regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Ceará. O órgão tem sido ineficiente nas desapropriações de terra, de acordo com as famílias.