No Paraná, MST e Terra de Direitos denunciam caso de racismo

Integrantes do MST e advogados da ONG Terra de Direitos foram vítimas de ameaças, agressões verbais e racismo por parte do Presidente da Sociedade Rural (SRO), Alessandro Meneghel. O fato aconteceu em 23 de janeiro, durante Audiência Conciliatória no Fórum de Cascavel (PR).

Alessandro Meneghel, ameaçou os advogados da Terra de Direitos (que representavam o MST na audiência) e agrediu com palavras de racismo uma das militantes do Movimento presente na Audiência. Segundo a advogada Gisele Cassano, quando o conciliador perguntou se haveria acordo, Meneghel “começou a falar em voz alta, que não fazia acordo com vagabundos e ladrões. Para uma das trabalhadoras, usou termos racistas. Só conseguimos deixar o fórum com escolta policial”, afirmou a advogada.

O ocorrido foi registrado pelos advogados e militantes do MST, por meio de boletins de ocorrência, na delegacia de Cascavel.

Ambas as partes (MST e SRO) tentavam conciliação sobre os atos de violência praticados pelos ruralistas contra militantes Sem Terra, na BR 277, sentido Cascavel/ Foz de Iguaçu, em 30 de novembro de 2006. Os militantes do MST, que participavam naquela data da Jornada da Educação da Reforma Agrária, organizaram uma marcha até a fazenda experimental da Syngenta Seeds, desapropriada pelo governo estadual, em Santa Tereza do Oeste. Foram parados e agredidos quilômetros antes do destino por um bloqueio da SRO, liderados por seu presidente Alessandro Meneghel.

Na última sexta-feira,26, foi encaminhada uma solicitação de providências para a SESP (Secretaria de Segurança Pública), Ouvidoria Agrária, SEDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos), COPED (Conselho Permanente dos Direitos Humanos) e a OAB(Ordem dos Advogados do Brasil).