No RJ, estudantes acampam em antiga sede da UNE
Cerca de 200 estudantes continuam acampados no terreno da antiga sede da UNE (União Nacional dos Estudantes), na Praia do Flamengo, na capital carioca. O local foi ocupado na última quinta, 1º, depois de uma passeata que encerrou a 5ª Bienal de Cultura da entidade. Segundo a coordenação da UNE, os estudantes vão ficar na área até que recebam a posse definitiva do terreno.
O prédio – que abrigou a entidade de 1942 a 1964 – foi incendiado logo após o golpe militar. Nos anos 80, a construção foi demolida e o terreno se transformou em um estacionamento irregular. Quando ocupou a Presidência da República, entre 1992 e 1994, Itamar Franco devolveu a escritura do terreno para a UNE.
Há 15 dias, o prefeito César Maia interditou o estacionamento por falta de alvará, o que facilitou a devolução do imóvel à entidade.
A sede nacional da UNE, que atualmente fica em São Paulo, será transferida para o Rio de Janeiro. “Nós vamos voltar para o Rio, que é um centro político e cultural importantíssimo. Acho que o movimento estudantil pode ter capítulos ainda mais fortes com essa mudança.”
A organização já começou a transferir suas funções políticas para lá. Neste fim de semana, um caminhão descarregou mesas, cadeiras, caneta, papel e tudo mais que pode ser utilizado para a entidade funcionar. Aos poucos, a organização do acampamento está viabilizando a instalação elétrica, a pintura, e a estrutura do local, que já conta com banheiros químicos e chuveiros. O acampamento possui mais de 150 barracas, onde estão alojados 318 estudantes de todos os estados do Brasil.
O acampamento está recendo diversas manifestações de solidariedade. Além das comunidades próximas ao terreno, já visitaram o acampamento o ministro do Esporte, Orlando Silva (ex-presidente da UNE); o vice-governador, Luis Fernando Pezão; o artista plástico e ex-senador, Abdias Nascimento; a atriz Vera Holtz; e o músico Marcelo Yuka. O local é aberto à visitação.
No terreno, a UNE pretende construir um Centro Cultural e o Museu da Memória do Movimento Estudantil. O projeto já existe e foi doado à entidade pelo arquiteto Oscar Niemeyer.
*Com informações do Estudante.net