7 de fevereiro: dia mundial de luta pela soberania do Haiti
Diversas manifestações em defesa da soberania do Haiti devem se opor à intenção do Conselho de Segurança da ONU de renovar por mais tempo a missão de estabilização do país. Na próxima quarta, 7, serão realizadas ações em diversos países para chamar a atenção sobre a crescente violência que se instala nas cidades haitianas depois da entrada da missão “estabilizadora”. “Nosso chamado é para que cada cidade organize sua própria atividade no dia 7 de fevereiro para que integre uma mobilização mundial. Pode ser marcha, reunião em espaço público, mobilização, vigília ou desobediência civil”, afirma a convocatória.
A ação está sendo convocada pela Fundação Trant Septanm, uma organização que reúne vítimas de golpes do Estado e que atua no país há 11 anos. O movimento já conta com o apoio do Comitê de Defesa dos Direitos do Povo Haitiano, a Confedereção dos Trabalhadores Haitianos, Mulheres Vítimas de Pé e outras.
O ponto inicial da Campanha Internacional foi o massacre promovido há quase dois anos, pelas tropas da ONU no bairro periférico de Cité Soleil. O primeiro chamado conseguiu organizar atividades em 15 cidades em 5 países em 21 de julho de 2005. Ainda em 2005, em setembro, outro chamado internacional foi feito. Desta vez as ações, contra a permanência das tropas, foram realizadas em 47 cidades de 17 países.
“Nós necessitamos atuar agora em solidariedade com nossos irmãos e irmãs do Haiti, que com inquebrantável espirito e enfrentando de frente à uma severa repressão, não se deixam deter”, diz o chamado.
A missão Minustah (sigla em inglês) é liderada pelos Estados Unidos e tem o apoio direto da França e do Canadá. A intenção da ONU é prorrogar a missão até o final de 2008. De acordo com a convocatória das mobilizações, o conflito entre as forças das Nações Unidas e dos grupos insurgentes continua, com confrontos sangrentos contra a maioria empobrecida do país.
O resultado, relatam os movimentos, não se limita somente aos assassinatos: há também casos de violência sexual, torturas, casas queimadas, prisões arbitrárias entre outras violações aos direitos humanos.