Trabalhadores rurais são baleados em Minas Gerais

Os trabalhadores rurais e membros do MST Sirilo e Jair foram baleados na madrugada de segunda-feira, dia 26, quando tentavam ocupar Fazenda Angicos, município de Janaúba, Minas Gerais. Mais de 100 famílias do Acampamento Dom José Mauro, participaram da ocupação.

Ao chegarem ao local, as famílias foram recebidas a balas por 12 pistoleiros (milícias armadas). O trabalhador rural Sirilo levou um tiro no peito e encontra-se no hospital da cidade correndo sério risco de vida. A fazenda Angicos tem mais de 6 mil hecetares, foi vistoriada pelo Incra e declarada improdutiva. Atualmente pertence ao presidente da Câmara de Vereadores de Janauba.

Depois da violência, as famílias retornaram ao Acampamento Dom José Mauro e aguardam pela prisão dos jagunços. Outro grupo ocupou a Fazenda Cruz, de mais de mil hectares, também vistoriada pelo Incra e totalmente abandonada. As famílias montaram um acampamento, estão construindo barracas e vão aguardar a desapropriação imediata da área.

A ação do Movimento tinha como objetivo principal pressionar os órgãos estaduais e federais a resolver de forma definitiva o problema das mais de 4 mil famílias acampadas em 46 acampamentos espalhados por Minas Gerais. Os trabalhadores também lutam pela desapropriação imediata do latifúndio e a sua transferência para as famílias acampadas no Acampamento Terra Prometida; a garantia de estrada, água potável, luz elétrica, escola e demais infra-estrutura para as famílias.

Massacre

O Movimento reivindica também a realização de uma audiência pública na Fazenda Nova Alegria com os representantes do Incra nacional e estadual, membros da Secretaria Extraordinária para assuntos de Reforma Agrária e com as famílias e lideranças do MST. A fazenda se encontra ocupada por mais de 400 famílias, desde sexta-feira, dia 23. O local foi palco do Massacre de Felisburgo em 2004 que resultou na morte de cinco companheiros. Nesse sentido, o Movimento também reivindica a indenização das famílias que perderam parentes no massacre; a prisão do fazendeiro Adriano Chafik Luedi e todos os pistoleiros que se encontram foragidos e a presença de representantes da Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado de MG no local das negociações.