Pobreza afeta mais de 80% dos indígenas latino-americanos
Gisele Barbieri
Radioagência NP
Uma publicação lançada quarta-feira, dia 28, pelo Banco Mundial avaliou a difícil situação dos indígenas na América Latina. O relatório aponta que mais de 80% dos 28 milhões de indígenas latino-americanos vivem na pobreza extrema. A análise relata que, embora representem menos de 5% da população, os povos indígenas em todo o mundo constituem 15% dos pobres. Na América Latina a análise foi feita na Bolívia, Equador, Peru, México e Guatemala.
No Equador, por exemplo, enquanto metade da população do país tem carteira assinada, apenas 8% de todos os indígenas do país possui empregos formais. Na Guatemala, menos de 50% da população indígena vive nas áreas urbanas do país e é assalariada, contra 65% dos não-indígenas. Mesmo assim grande parte deste povo concentra-se nas áreas rurais, o que segundo o estudo reduz as oportunidades. Para o Banco Mundial, o baixo nível de educação impede os indígenas de conseguirem empregos melhor remunerados e a falta de crédito para investir em máquinas agrícolas se torna um obstáculo para aumentar a atividade agropecuária.
No Brasil além da exclusão social e da dificuldade em obter a demarcação de suas terras, a violência é apontada como um dos maiores problemas dos índios. Um relatório do Centro Indigenista Missionário (Cimi), de 2006, mostra que entre 1995 e 2002 o número de assassinatos entre índios era de 20 por ano. Já de 2003 a 2005, o número dobrou para 40.