Sem Terrinha se mobilizam para ter escolas no RS
Cerca de 150 crianças Sem Terra realizaram um protesto nesta manhã na Secretaria Estadual de Educação em Porto Alegre para denunciar o descaso do governo gaúcho com as escolas dos acampamentos do MST no estado.
A principal reivindicação das crianças é a regularização do convênio que garante o pagamento do pessoal que trabalha nas escolas itinerantes dos acampamentos. O governo gaúcho não repassa os recursos desde julho de 2006 o que está inviabilizando as escolas.
“O governo deve 8 salários e mais 13º para os educadores e educadoras. Nessas condições é impossível garantir ensino de qualidade. O poder público está inviabilizando as escolas itinerantes e isso é impedir o acesso das crianças à educação básica e é uma violação dos direitos da criança e da Constituição brasileira”, afirma Maria do Carmo integrante do setor de educação do Movimento.
A escola itinerante funciona há 10 anos no estado garantindo aulas para as crianças cujas famílias estão inseridas no processo de luta pela terra. Atualmente 430 crianças estudam nas escolas em 10 acampamentos gaúchos. Trabalham nas escolas cerca de 30 pessoas entre professores, professoras e merendeiras.
Além da regularização do convênio as crianças fazem várias reivindicações para garantir ensino de qualidade nos acampamentos e também nas escolas de assentamentos que estão sucateadas.
Denúncia na Promotoria
As crianças Sem Terra vão na Promotoria Especial da Infância e da Juventude da capital para denunciar o descaso do governo gaúcho com a educação nos acampamentos e assentamentos.
“Por lei educação é direito das crianças e dever do estado as crianças vão cobrar da Promotoria providências para garantir esse direito que está sendo negado pelo governo gaúcho”, afirma Paulo Mioranza da Coordenação Estadual do MST no Estado.
Ações regionais
Além do protesto das crianças em Porto Alegre as famílias acampadas também se mobilizam no interior do estado. Em Livramento, Carazinho, Bossoroca e Pedro Osório foram formadas comissões de educadores, educadoras, mães e pais de crianças que estudam nas escolas itinerantes para procurar órgãos públicos e denunciar a situação precária da educação nos acampamentos e assentamentos. Em Tupanciretã as famílias acampadas estão trancando uma rodovia estadual e fazendo aulas na pista.