Trabalhadores montam acampamento em Barra do Piraí (RJ)
As famílias que ocuparam as terras às margens da rodovia Lucio Meira (BR 393), em Dorândia, em Barra do Piraí (RJ), começaram a montar o acampamento ainda na manhã de ontem, dia 15. Mais de 80 famílias participam da ocupação.
O acampamento faz parte da Jornada Nacional de Lutas do MST. Gabiroba, 50 anos, dirigente do MST na Região, explica que o acampamento terá caráter permanente na cobrança pela Reforma Agrária e preparação das famílias na luta pela terra e pelo Socialismo.
“Aqui os Sem Terra terão um ponto de apoio. As famílias que querem participar da Reforma Agrária virão para cá e daqui nós organizaremos os próximos Assentamentos”. Gabiroba explica que as famílias não vão ficar para sempre ali, mas a estrutura do acampamento sim “Aqui será uma cidade-escola-acampamento Sem Terra”, afirma.
Ana Miranda, Membro da Direção Estadual do MST, lembra que “em 2000 Lula em uma entrevista disse que a Reforma Agrária não acontecia porque o Presidente da República era um covarde que se curvava perante a bancada ruralista, os anos mudaram o Presidente mudou, mas a covardia com os pobres e as conivências com os ricos continua”, diz.
Miranda disse que novas ações acontecerão durante toda a semana e que enquanto não houver Reforma Agrária efetiva as mobilizações de Sem Terra não pararão. Segundo ela nos próximos meses Sem Terra, funcionários públicos, desempregados e outros setores da população se mobilizarão em todo o país na luta contra os pedágios, a privatização de estradas, pela anulação do leilão da Vale do Rio Doce etc.
O Movimento está enviando uma carta ao Presidente Lula solicitando uma audiência e fazendo uma série de exigências entre elas a vinculação do Incra diretamente a Presidência; ampliação do número de assentamentos; uma nova política agrícola e mais investimento na educação do campo. Segundo os dirigentes do MST, o Movimento se recusará a conversar com qualquer outra autoridade que não o próprio Presidente.
Ontem, dia 15, também aconteceu o encontro de cavaleiros, no Acampamento Irmã Dorothy, em Quatis. Segundo Eliana Silva, dirigente do MST, a festa teve como objetivo comemorar a luta pela Reforma Agrária que continua apesar da violência no campo. A festa teve grande participação.