Globo defende grileiro de terras públicas no Paraná
A Rede Globo, através de sua afiliada no Paraná RPC, perdeu totalmente o pudor, ontem, dia 16, em matéria veiculada na primeira edição do Paraná TV, ao defender o grileiro de terra pública e acusado de formação de milícias armadas no Paraná, Tenente-Coronel Waldir Copetti Neves.
Em nota, o MST-PR afirmou que a atuação da empresa extrapolou até mesmo sua “posição ideológica claramente conservadora” ao noticiar “prazeirosamente” que as famílias acampadas na área de Neves seriam despejadas e que os comandantes da Polícia Militar seriam presos caso não cumprissem a decisão judicial.
Em uma edição totalmente parcial a TV omitiu informações sobre quem é Copetti Neves, enfocando o problema social como caso de polícia. A emissora também não mencionou que a área, onde 200 famílias do MST estão acampadas desde 2005, é pública e pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Lá os trabalhadores estão produzindo alimentos para a subsistência, sem a oposição da Embrapa, verdadeira proprietária da área.
Formação de milícia armada
Neves foi preso em 6 de abril de 2005, pela “Operação Março Branco”, acusado de formar uma organização criminosa para cometer violência contra agricultores Sem Terra, através de milícias armadas. Ele se apossou de parte de uma área pertencente a Embrapa, chamada fazenda São Francisco, alegando que a comprou de terceiros. Em seguida, ingressou com “Ação de Usucapião”, mas teve o pedido negado, pelo fato de o patrimônio público não ser suscetível à usucapião, conforme Constituição Federal.
O juiz de Ponta Grossa, em desconformidade com o entendimento do Poder Judiciário, determinou o cumprimento da reintegração de posse, para repassar a área a Neves, que não é proprietário e nem tem a posse da mesma, caracterizando uma aberração jurídica.