Em jornada, MPA entrega propostas ao governador do Espírito Santo

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) entregou uma plataforma com propostas de políticas públicas para o campo em audiência com o governador do Espírito Santo Paulo Hartung (PMDB), nesta quarta-feira, em Vitória.

Durante o dia, mais de 1.500 pequenos agricultores de diversos municípios fizeram uma série de atos públicos na capital do estado para pedir políticas públicas para a agricultura camponesa.

“Colocamos os problemas que enfrentamos no campo e apresentamos nossas propostas de alternativa ao poder público”, explicou Mário Lúcio Cordeiro, integrante da direção do (MPA).

A proposta geral do movimento, segundo ele, é produzir alimentos saudáveis e de qualidade para o campo e para a cidade. “No Brasil, há 14 milhões de pessoas passando fome e nossa proposta é produzir comida. Mas para isso é necessário ter condições. Reivindicamos aos órgãos públicos melhorias das condições de vida no campo”, disse.

Para garantir a permanência e a boa qualidade de vida para as famílias no campo, uma das propostas apresentadas ao governador é a construção e a reforma de 1.500 habitações no campo no total.

Questionado em relação à criação de um parque no município de Águia Branca, Hartung manifestou que é contra a iniciativa tendo em vista a expulsão dos camponeses da região. Como alternativa, ele defendeu a criação de uma Associação de Preservação Ambiental no local.

O MPA colocou a preocupação com o fechamento de escolas com a política da nucleação e ausência de transporte escolar ao secretário Estadual de Educação (Sedu) Haroldo Correa Rocha, em audiência realizada antes do encontro com o governador. Os agricultores pediram a reabertura das escolas rurais, principalmente as de 1ª à 4ª série.

Os movimento colocou também a necessidade da adoção da pedagogia da alternância como política pública do estado, a valorização e o incentivo ao projeto de alfabetização de jovens e adultos no meio rural e a criação de uma universidade estadual.

“As atuais políticas públicas na área de educação, em grande parte, são ditadas pelas multinacionais, que não consideram a realidade vivida no campo. Isso acaba incentivando o êxodo rural”, afirmou Ana Cristina Soprani, da coordenação estadual do MPA.

Segundo ela, a educação de qualidade precisa respeitar a cultura camponesa levar em consideração a participação das famílias no processo de educação.

O secretário Rocha garantiu a ampliação da pedagogia da alternância, do programa de jovens e adultos. No entanto, admitiu que não há nenhum projeto do governo estadual em relação à construção de uma universidade estadual.