Em protesto, MST paralisa rodovias no Rio Grande do Sul

Cerca de 400 integrantes do MST bloquearam ontem, dia 9, as rodovias RS-168, em Bossoroca, a RS-392, em Tupanciretã, a BR-116, em Pedro Osório, e a BR-386, em Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul. As famílias reivindicam a regularização imediata no fornecimento das cestas básicas de alimentos aos acampamentos, que neste ainda mês ainda não foram repassadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O problema na entrega das cestas básicas vem se arrastando há tempos. No mês de junho, famílias acampadas no município de Nova Santa Rita, região metropolitana, ocuparam a sede da Conab, em Porto Alegre, para exigir o repasse das cestas. Em maio as cestas foram entregues, mas estavam incompletas, com alimentos faltando.

Mauro Cibulski, da coordenação estadual do MST, diz que a situação é crítica. “Quando ocupamos a Conab, saímos com o comprometimento dos governos estadual e federal de regularizar a entrega das cestas, o que até o momento não aconteceu. Os acampamentos estão sem comida”, diz.

Reforma Agrária

Os Sem Terra também exigem o assentamento das 2.500 famílias acampadas no estado. Destas, os acampados querem que 30% sejam de responsabilidade do governo estadual. “No Estado, todos os governos fizeram alguma coisa para a Reforma Agrária, menos o governo de Yeda. Além de não assentar famílias, extinguiu o Gabinete de Reforma Agrária e Cooperativismo (Grac). Não há ninguém no governo responsável pela Reforma Agrária”, afirma Mauro Cibulski, do MST.

A situação precária dos acampamentos gaúchos se agrava devido à falta de interesse dos governos em fazer a Reforma Agrária. “No Rio Grande do Sul, algumas famílias esperam há cinco anos para serem assentadas no seu pedaço de terra”, diz Mauro. Em quatro anos de governo Lula, apenas 744 famílias foram assentadas no Rio Grande do Sul.