Movimentos sociais exigem investigação sobre grilagem em Alagoas

Em menos de 48 horas, o juiz José Lopes Neto, da comarca de União dos Palmares, decretou ordem de despejo para as mais de 600 famílias do MST, MLST, MTL e CPT que ocuparam no dia 24, a fazenda Boa Vista, uma das diversas áreas griladas pelos irmãos Calheiros, no município de Murici, berço do presidente do senado, Renan Calheiro.

A ocupação que antecedeu o dia do Trabalhador Rural foi uma denúncia à grilagem de terras e a violência do campo que tem impedido a realização da Reforma Agrária no Estado, em especial na região de Murici.

No dia do Trabalhador Rural, 25, mais de 3.000 trabalhadores rurais e urbanos realizaram um ato contra a grilagem de terras e a violência no campo, pelas principais ruas da cidade de Murici.

Hoje, pela manhã, os movimentos sociais do campo se reuniram com o comando da Polícia Militar e com o Incra, na sede do comando em Maceió, para exigir a intervenção do cartório de Murici, órgão responsável pela oficialização das fraudes que legaliza as grilagens; a investigação do mapa fundiário da região e da documentação das terras griladas.

A reunião contou com a participação de representantes dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e dos Sindicatos dos Trabalhadores da Educação e da Previdência. Representantes dos movimentos seguiram para Murici, onde aguardam a resposta sobre a intervenção do cartório da cidade.