Construção de hidrelétrica é paralisada por manifestantes
Vinicius Mansur,
da Radioagência NP
Mais de 400 pessoas ocuparam a entrada do canteiro de obras da usina hidrelétrica de Foz do Chapecó, município na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A ocupação teve início na manhã desta segunda-feira (27). Os manifestantes, aproximadamente fazem parte das 3.500 famílias que serão atingidas pela barragem da usina e que reivindicam indenizações.
De acordo com o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Mauro Brenm, os manifestantes não sairão do local sem que uma audiência com o governo federal e o consórcio responsável pela obra seja marcada.
“A empresa já está instalada na região há sete meses, está construindo a obra a todo vapor, tem um cronograma que diz que em 2010 já estará gerando energia. Mas ela não tem um regramento que dê as mesmas garantias para a população. Nós queremos construir um cronograma social que tenha data para a compra de terras, quando a empresa irá reassentar as famílias”.
Além do cronograma, o MAB também quer que as 3500 famílias sejam indenizadas, ao invés de 2400 como quer o consórcio. Outra reivindicação do movimento é a negociação do pagamento das indenizações. Brenm denuncia que a empresa negou o ressarcimento de 60 famílias que tiveram de deixar suas casas para que fosse implementado o canteiro de obras.
Há dois anos que empresa e agricultores negociam e não chegam a um acordo. E a situação se torna mais delicada porque a região possui um histórico de ações de despejo violentos das mobilizações do MAB por meio da polícia.