MST ocupa Incra em Chapecó e Assembléia em Florianópolis
O MST de Santa Catarina está mobilizado em duas cidades do estado. Cerca de 350 trabalhadores estão em frente à Delegacia Regional do Ministério da Fazenda em Florianópolis. No início da manhã de hoje os trabalhadores ocuparam a Praça da Assembléia Legislativa, onde pretendem ficar durante a semana. Em Chapecó, outros 400 Sem Terra ocuparam a sede regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Os trabalhadores que estão em frente a Delegacia Regional do Ministério da Fazenda, pretendem permanecer em vigília durante todo o dia. Os Sem Terra entregaram a pauta de reivindicação para a delegada do Ministério da Fazenda, Sra. Maria das Graças Mandovani, que enviou a pauta ao Ministério em Brasília.
Amanhã os trabalhadores Sem Terra se unem aos setores de educação, segurança pública e saúde do estado de Santa Catarina, numa grande marcha que pretende denunciar a ausência de políticas públicas nessas áreas por parte do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB). “Vamos engrossar essa marcha porque achamos importantes nos solidarizarmos com esses setores. Durante a marcha também estaremos pautando as nossa lutas, por reforma agrária. É uma forma de acumular forças”, afirma Vilson Santin, da direção estadual do MST. A marcha deve acontecer às 15 horas.
Em Chapecó, região oeste do estado de Santa Catarina, os trabalhadores Sem Terra ocuparam às 7 horas da manhã de hoje, 24, a sede do Incra. Cerca de 400 pessoas participam da ocupação. Além de ocuparem o órgão os trabalhadores montam acampamento ao redor do Incra, onde pretendem ficar até negociação das pautas de reivindicações.
Os trabalhadores Sem Terra reivindicam o assentamento imediato das famílias acampadas em Santa Catarina. Eles também querem a prorrogação das dívidas de crédito, um novo plano de assistência técnica, novo crédito para as famílias assentadas. Nesta terça-feira, dia 25, os Sem Terra participam de audiência pública com os secretários do governo estaduais e com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri). Na audiência os trabalhadores pretendem negociar os pontos referentes à agricultura no estado, como mais escolas nos assentamentos, veículos, credito para agroindústrias, entre outros pontos.
Atualmente existem cerca de 1.200 famílias acampadas à beira da estrada em Santa Catarina, à espera da Reforma Agrária. Enquanto isso permanece a morosidade na desapropriação de terras para Reforma Agrária. Entre as áreas que aguardam por desapropriação estão a área da União, cedida ao Exército, em Patanduva, com cerca de 10.500 hectares, a área da Epagri em Caçador, a área Dom José Gomes, em Chapecó, com 400 hectares e a área da Fazenda Caudato, em Campo Erê, as duas últimas ocupadas a cerca de cinco anos.