Agressões da Polícia contra MST no Ceará são debatidas na Assembléia
A ação da Polícia Militar contra um grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acampados no Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), foi discutida na Assembléia Legislativa do Ceará. De acordo com a deputada Rachel Marques (PT), que levou o assunto ao plenário, as cenas protagonizadas pelos policiais não condizem com o Estado Democrático de Direito.
“Atitude criminosa”. Assim Rachel definiu a ação da PM contra os manifestantes do MST. Para a parlamentar o que aconteceu na terça-feira, dia 2, na sede do Dnocs foi “absurdo e intolerável”. De acordo com Rachel é essencial saber quem autorizou essa ação, ela informou que isso não partiu da direção do Dnocs, que segundo ela confirmou que os Sem Terra estavam fazendo uma manifestação pacífica.
A parlamentar pediu a apuração do caso e a punição dos responsáveis. Segundo afirmou, o diretor geral do Dnocs lhe informou que as negociações com o MST estavam adiantadas. “Com que ordem estes policiais fizeram essa ação desastrosa?”, questionou, ressaltando ainda que os policiais não agiriam dessa forma se não fossem autorizados.
Para Rachel a forma como a Polícia agiu foi truculenta, pois os manifestantes estavam pacíficos, fazendo até mesmo a limpeza do local quando os policiais chegaram e tomaram de suas mãos os equipamentos de limpeza. Segundo Rachel, pelas imagens que viu, os policiais com arma em punho agrediram as pessoas, tendo algumas delas sido hospitalizadas.
Defesa
Tanto a deputada Raquel, quanto o líder do governo na Assembléia, deputado Nelson Martins (PT), saíram em defesa do governador do estado Cid Gomes (PSB). Segundo ambos, o governador não concorda com esse tipo de ação, e será mais uma atitude da Polícia que será investigada. No entanto, ações desastrosas da Polícia do Ceará estão virando rotina. Na semana passada em outra ação desastrosa metralhou um carro deixando uma pessoa paraplégica.