Em Tucuruí, atingidos por barragens ocupam obra de eclusa novamente
Após dois meses da primeira ocupação, cerca de 300 pescadores e ribeirinhos voltaram a ocupar o canteiro de obras de uma das eclusas da hidrelétrica de Tucuruí. A ocupação ocorreu na madrugada de ontem, dia 4. O objetivo da ocupação é impedir a continuação da obra.
“Resolvemos voltar ao local e impedir a continuação da obra até que nossa pauta seja atendida pelos órgãos responsáveis, como nos foi prometido anteriormente”, explicou Euvanice Furtado, da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Pará.
Na segunda-feira estava marcada uma assembléia popular com a participação de representantes da empresa Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), do Ministério Público e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mas ninguém compareceu. Além disso, a indenização dos pescadores que perderam seu meio de sustento não foi concedida até agora e as casas que estão sendo construídas para substituir as que foram atingidas pela obra são muito pequenas. “As famílias são grandes e precisam de casas com no mínimo três quartos”, justifica Euvanice Furtado.
Desde a primeira ocupação, aconteceram duas reuniões com a Eletronorte e Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), mas até agora a única providência tomada foi a entrega de cestas básicas para os pescadores até fevereiro.
O contrato assinado para a construção das eclusas entre o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Eletronorte e o Consórcio Camargo Corrêa tem valor de R$ 440 milhões. As duas eclusas, ligadas por um canal intermediário, com 5,5 quilômetros de extensão, irão possibilitar a navegabilidade no Rio Tocantins, facilitando o escoamento de grãos e minérios de ferro para a exportação.
Fonte: Assessoria de Comunicação do MAB