Sem Terra plantam mudas de árvores nativas em pré-assentamento no DF
Os trabalhadores rurais do pré-assentamento Oziel Alves II, localizado a 10 km de Planaltina (DF), realizam no próximo sábado, dia 8, o plantio de 100 mudas de árvores nativas e frutíferas. A iniciativa pretende desenvolver uma ocupação sustentável do solo por meio do cultivo de árvores nativas, que recupera a biodiversidade e neutraliza os gases estufas que contribuem para o aquecimento global no planeta
O plantio das árvores é uma parceria entre o MST, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Tendo esse último, destinado 15.000 mudas de árvores para a área. Até agora, já foram plantadas 9.000 mudas de espécies como copaíba, anjico, jatobá, imburana, aroeira, tamboril e diversas frutíferas. As mudas foram adquiridas por uma empresa como forma de compensação ambiental.
Durante o plantio, também será celebrado o primeiro ano da campanha 1 bilhão de árvores, ação mundial deflagrada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente no DF e cidades próximas. Participam da atividade o superintende regional do Ibama, Francisco Palhares, o embaixador da campanha, José Ivan Aquino, e o integrante da direção do MST do DF, Flávio Silva.
A área do pré-assentamento Oziel Alves II foi ocupada pela primeira vez em 2002 por militantes do MST. Atualmente possui 168 famílias na área, em parcelas provisórias de aproximadamente 7 hectares. Quando a área foi ocupada, o nível de degradação ambiental era grande, por isso, os acampados assumiram o compromisso de recuperar a área, principalmente pela proximidade da Estação Biológica de Águas Emendadas e a Área de Proteção Ambiental do Rio São Bartolomeu.
A área estava sob ação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), devido a um projeto de urbanização do governo local criado em 2000, mas recentemente o órgão tomou conhecimento da proposta dos acampados e vem apoiando a legalização do assentamento.
O MST compreende que a sociedade brasileira e internacional precisa resistir ao atual estágio da devastação ambiental no campo e entrar nessa campanha contra o agronegócio, uma aliança entre os grandes fazendeiros e as empresas transnacionais.
O Movimento defende a criação de um programa nacional de reflorestamento com árvores nativas nos lotes da Reforma Agrária e nas comunidades camponesas, com apoio dos governos federal e estaduais, para que cada família seja estimulada a plantar pelo menos dois hectares de árvores nativas e frutíferas em cada área.