MST realiza protesto contra transnacionais no Espírito Santo
Pela manhã de hoje, dia 10, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou o trevo da Safra na BR 101 Sul, no Espírito Santo, para protestar contra a atuação das empresas transnacionais no Brasil. Cerca de 300 Sem Terra, que saíram em marcha do assentamento Nova Safra, estão alertando a população capixaba sobre os efeitos perversos desse tipo de empresa. Eles realizarão panfletagem no local.
Além de controlarem mercados e preços e influenciarem governos e instituições, essas empresas buscam mão-de-obra barata e exploram os recursos naturais, como minerais, água e terras, em países como o Brasil, que possuem muitas riquezas naturais. No entanto, seus lucros não ficam para o país. Nos últimos anos, estima-se que foram enviados 10 bilhões de dólares de lucros dessas empresas para seus países de origem.
Das 200 maiores empresas que atuam no Brasil, as maiores e mais lucrativas são controladas por bancos ou pelo capital internacional, para os quais o governo destina 30% de toda a receita arrecadada para pagamento de juros para esses bancos.
As transnacionais ainda buscam controlar a agricultura brasileira e a produção de alimentos. Para isso, estão difundindo as sementes transgênicas, que podem ser registradas como propriedade privada pelo fato de terem sofrido mutações genéticas em laboratório, o que tira completamente a autonomia dos agricultores na produção dos alimentos, pois se tornam dependentes dessas empresas.
Para protestar contra o uso dos transgênicos, a Via Campesina ocupou em outubro, uma área da transnacional suíça Syngenta Seeds, no Paraná, uma vez que essa empresa realizava experimentos de transgenia ilegalmente no local. Para retirar os militantes do local, a empresa contratou uma milícia armada, que assassinou o trabalhador rural Valmir Mota (Keno), militante do MST no Paraná e feriu mais cinco trabalhadores rurais. Então, o protesto de hoje também repudia esse triste acontecimento.
No Espírito Santo, a maior transnacional que atua no campo é a empresa Aracruz Celulose, que concentra uma imensa quantidade de terras, as quais foram roubadas das populações tradicionais, como os indígenas e quilombolas.