BNDES garante a criação de cláusulas sócio-ambientais
Na quarta-feira, dia 26/3, centenas de trabalhadores rurais e representantes de movimentos sociais protestaram na sede do BNDES contra os privilégios cedidos ao agronegócio. Estiveram presentes integrantes da Rede Alerta Contra o Deserto Verde Fluminense e de diversos Movimentos Sociais de Luta pela Reforma Agrária, como MST, Fetag, MTL e Contag, além de movimentos Quilombolas e Indígenas.
Os movimentos protestavam contra a ordem de prioridades nos financiamentos do BNDES, que vêm privilegiando o agronegócio e as grandes empresas de capital privado. O dinheiro público, por meio do BNDES, está bancando financiamentos bilionários para implementação de monoculturas predatórias de eucalipto e cana de açúcar.
Depois de manifestantes serem agredidos pela Polícia Militar, a comissão do ato conseguiu ser recebida pela direção do BNDES e garantir a criação de cláusulas sócio-ambientais para os financiamentos do banco, a não liberação de um bilhão de reais para Aracruz Celulose e a criação de um grupo de trabalho de agricultura ambiental e meio ambiente.
Os manifestantes só foram recebidos às 13h30, depois de mais de três horas em frente ao banco, pelo diretor da área social, Elvio Gaspar, e o de administração, Maurício Lemos, ambos do Conselho de Crédito (onde se define a política de financiamento), além de Ricardo Henrique, chefe de gabinete da presidência do BNDES. A comissão do movimento, com representação do MST, Contag, Fetag, Fetaeng, MTL, Rede Alerta, grupo de quilombolas e de caciques, apresentou a pauta de reivindicações. Fizeram questão de enfatizar que o banco é co-responsável, inclusive criminalmente, por tudo aquilo que financia. A favelização das cidades, subemprego, rede de prostituição, desmatamento, poluição e destruição ambiental causados por empreendimentos apoiados financeiramente pela instituição, também são de responsabilidade dela.