Sobre o pedido de demissão da ministra Marina Silva
O MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) considera que a saída da ministra Marina Silva da pasta de Meio Ambiente é uma perda para os movimentos sociais, ambientalistas e para todo o povo brasileiro. Avaliamos que a ministra tinha posições contrárias à algumas ações do governo prejudiciais à soberania da Amazônia, à agricultura camponesa, aos atingidos por barragens e ao meio ambiente. No entanto, é um bom momento para repensar a política ambiental do governo.
Citamos como exemplo dessa política prejudicial, a liberação das obras das usinas de Santo Antonio e Jirau e de tantas outras hidrelétricas previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), atropelando as licenças ambientais dessas obras; a liberação do comércio de produtos transgênicos, prejudicando a agricultura camponesa; a legalização da grilagem de terras na Amazônia; a expansão do monocultivo de cana-de-açúcar, prejudicando o meio ambiente e fazendo vista grossa para o trabalho escravo praticado nessas usinas.
Independente de quem vá ocupar o comando do ministério, o MAB exige do governo federal uma nova política para o setor, que não sirva aos interesses econômicos das grandes empresas transnacionais produtoras de soja e milho transgênicos, produtoras e consumidoras de energia elétrica, das construtoras de grandes obras e dos grileiros de terra. Exigimos uma política de meio ambiente que se preocupe com a nossa soberania, com os nossos povos e com a nossa natureza.
Água e energia não são mercadorias!
Coordenação Nacional do MAB