Governo do RS aciona polícia para reprimir ato pacífico

O Movimento de Trabalhadores Desempregados, sindicatos, estudantes e movimentos sociais do campo organizados pela Via Campesina foram impedidos de marchar até o Palácio Piratini em protesto contra a corrupção no Governo do Rio Grande do Sul.

Cerca de dez pessoas, inclusive uma mulher e sua filha pequena, foram feridas. Os policiais, comandandos pelo coronel Paulo Mendes, lançaram bombas de gás lacrimogênio e dispararam tiros com balas de borracha contra o grupo e atingiram, inclusive, os deputados Raul Carrion e Dionilso Marcom, que acompanhavam a marcha e tentavam negociar a liberação da manifestação.

Neste momento, a Brigada Militar cerca os manifestantes dentro do Parque da Harmonia. Há poucos instantes, a segunda leva de pessoas feridas foi conduzida ao Hospital de Pronto Socorro e algumas delas estão sendo atendidas no departamento médico do Tribunal Regional Federal.

Este foi o segundo conflito entre movimentos sociais e a Brigada Militar hoje. No início da manhã, os movimentos sociais ocuparam o supermercado Nacional, do grupo Wal-Mart, em protesto contra a falta de política para a produção dos alimentos e o controle do comércio agrícola por empresas multinacionais. Doze pessoas foram presas após o conflito com a Brigada Militar. Também não há o número exato de trabalhadores feridos, mas pelo menos um agricultor encontra-se no hospitalizado.

Ontem, a Brigada Militar feriu sete agricultores em frente à Bunge, na região norte. A Brigada Militar também impediu alimentos fossem doados à população. As manifestações prosseguem na região sul, onde duas áreas da Votorantim Celulose e Papel estão ocupadas pela Via Campesina em Herval e Piratini.