Funcionários da empresa de fruticultura Belmont entram em greve
Uma ação de funcionários da Belmont, empresa de fruticultura instalada em Limoeiro do Norte, a 194 Km de Fortaleza, paralisou as atividades da empresa há uma semana. A greve é inédita porque, antes, segundo o comando do movimento, “havia muita represália das chefias, e o pessoal tinha medo”. Desde o dia 4 de agosto, cerca de 1,8 mil trabalhadores iniciaram uma greve por tempo indeterminado.
Nos últimos oito dias, centenas de pessoas têm feito um piquete em frente à fábrica. “Nós estamos morando lá”, diz João Paulo, militante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), uma das organizações que têm apoiado a mobilização dos trabalhadores. A Via Campesina, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), a Coordenação Nacional de Lutas no Ceará (Conlutas-CE) e a Cáritas também estão apoiando o movimento.
De acordo com João Paulo, a negociação entre a Belmont e os grevistas se deu início na sexta-feira, em Fortaleza. A proposta da empresa é distribuir cestas básicas. No entanto, a pauta do movimento grevista vai além. A reivindicação abrange diversos pontos, como melhores condições de trabalho (luva, botas, máscaras, banheiro, refeitório etc.), abono, horas-extras e regularização de férias. Ainda segundo o dirigente do MST, nesta terça-feira (12/08), vai haver uma reunião com o juiz da 7ª Vara do Trabalho com a presença de representantes da empresa e dos funcionários para buscar um acordo.