Polícia despeja educadores que faziam greve de fome no RS

Educadores de áreas da Reforma Agrária que realizam jejum por melhores condições de ensino na Secretaria de Educação foram despejados no início da noite desta segunda-feira (13/10) pelo BOE-Brigada Militar.

A governadora do Estado e a Secretaria de Educação acionaram o Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar para despejar os 27 educadores de áreas de Reforma Agrária que realizam jejum no prédio da SEC.

Pouco antes do despejo, os educadores foram recebidos em audiência pela secretária de educação, que comprometeu-se com parte do pagamento dos salários nove meses atrasados e com uma nova audiência em vinte dias.

Os educadores anunciaram que se retirariam do prédio, mas prosseguiriam o jejum fora da estrutura administrativa. Mesmo assim, a Brigada Militar despejou os manifestantes por volta das 19h30.

Os educadores iniciaram o jejum em protesto pelos nove meses sem salários e pela falta de estrutura nas escolas itinerantes dos acampamentos, onde as crianças não contam com livros, cadernos ou materiais didáticos.

Não é a primeira vez que o Governo do Estado age com intolerência com educadores ou com trabalhadores Sem Terras. Trabalhadores da educação do CPERS-Sindicato já foram algemados e estudantes agredidos no mesmo prédio no ano passado.

Neste ano, o Governo do Estado reduziu 8,3 mil turnos em escolas públicas, com a enturmação e multisseriação. O processo de “enturmação” usou 47,9 mil turmas para agrupar 1,3 milhão de alunos.

No mesmo período, a SEC fechou ou transferiu às prefeituras 122 instituições — a maioria localizada em áreas rurais. Além disso, a Governadora Yeda Crusius se recusa a implementar o piso nacional do Magistério e em cumprir a Constituição Federal que exige 35% das verbas para educação, orçando apenas 26% para 2009.