Manifestantes são reprimidos com violência no RS

Bombas de gás lacrimogênio, cassetetes e balas de borracha. O cenário que já se tornou comum no Rio Grande do Sul repetiu-se nesta quinta-feira (16). Desta vez, a Governadora do Rio Grande do Sul tentou impedir que os dez mil manifestantes da 13ª marcha dos Sem e da Jornada de lutas por Soberania Alimentar realizassem um ato na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini.

Após marcharem desde o Parque da Redenção, no centro da cidade, os manifestantes foram impedidos de entrarem na praça que reúne os três poderes gaúchos. Dezessetes pessoas ficaram feridas na ação da Brigada Militar, novamente coordenada pessoalmente pelo Comandante Paulo Mendes.

Apesar da ação policial, movimentos sociais e sindicais conseguiram entrar na praça, após uma negociação entre parlamentares e o Governo do Estado. “Aqui são todos trabalhadores, não tem nenhum bandido, não tem nenhum corrupto, pena que não podemos dizer o mesmo de quem está aí dentro deste palácio”, discursou Celso Woyciechowsk, presidente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

“Com a violência, eles querem que o povo não lute, que não volte aqui, mas é o contrário, temos que lutar cada vez mais e mais” declarou Flavio Vivian, do Movimento dos Pequenos Agricultores. Vivian foi um dos feridos em 11 de junho passado em um ato contra a corrupção no Governo Yeda, quando dezenas de pessoas foram feridas e dez manifestantes presos. O agricultor permaneceu uma semana internado com lesões no pulmão e hemorragia interna.

Além do ato, a Jornada de Lutas na capital gaúcha também foi marcada por protestos em frente ao supermercado Nacional/Wall-Mart, pelo seminário sobre a Crise do Preços dos Alimentos, pelo encerramento do jejum de educadores da Reforma Agrária e pelo ato dos servidores públicos contra as fundações privadas.

O ato foi encerrado em frente ao Palácio Piratini com a palavra de ordem de “Fora Yeda”. A Governadora tucana e os integrantes de seu governo são investigados pelo Ministério Público ou pela Polícia federal por desvios no DETRAN, na PROCERGS, na Lei de Incentivo à Cultura, por receberem “mensalões” de empresas e por irregularidades na campanha eleitoral de 2006.

->Confira também outras ações no Especial sobre o Dia Internacional de Luta pela Soberania Alimentar