Encontro também é lugar de criança!
Pedro Ernesto de Lima tem 10 anos e está acampado em Araguari, em Minas Gerais. Vive embaixo de lonas há quatro anos. O Sem Terrinha é um pequeno poeta. Já publicou dois poemas no Jornal Sem Terrinha. Ele é uma das muitas crianças que participam do 13º Encontro Nacional do MST, passando as tardes na Ciranda Infantil.
“A gente se diverte demais”, diz Pedro. “É bom que a gente aprende mais”. Dentre esses aprendizados, ele lembra da visita ao posto de saúde do assentamento na fazenda Annoni – sede do encontro – onde aprendeu sobre os remédios naturais e ervas medicinais. “Quanto mais durar a Ciranda, melhor”, pondera Pedro.
A Ciranda do Encontro Nacional recebe 80 Sem Terrinha, divididos por idade, em seis turmas. São 51 educadores, que saíram de acampamentos e assentamentos e se formaram em Pedagogia por meio dos cursos conquistados pelo MST. Atualmente, eles atuam nas escolas de áreas da Reforma Agrária, que já passam de 2 mil em todo o país.
Ana Maria de Lima, mae de Pedro, confessa sentir-se despreocupada com o filho na Ciranda e diz que dessa forma pode participar tranqüila das plenárias.
Outro Sem Terrinha participante é Nataniel Meireles, de 11 anos, filho de militantes urbanos, que mora na cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. É a primeira vez que fica na Ciranda e está bastante satisfeito, porque começou a aprender a tocar violão. Ele conta que nem sempre quando acompanha os pais em reuniões tem um lugar das crianças para ficar.
Na avaliação do setor de educação, o tema da infância está ganhando espaço no conjunto do Movimento. “A discussão da infância está mais presente no Movimento, com debates em diferentes estados e instâncias”, afirma Marcia Mara Ramos, do Setor de Educação.
Uma das iniciativas que demonstram esse avanço é a Revista Sem Terrinha, publicação especial de comemoração dos 25 anos, que foi lançada em uma atividade com as crianças no final da tarde de quinta-feira (22/01). Para as crianças do MST, a resvista surge do acúmulo das nove edições do Jornal Sem Terrinha, um encarte do Jornal Sem Terra.
Pedro Ernesto, que já era leitor e escritor do Jornal Sem Terrinha, gostou da nova revista e começou a ler e brincar. “É bem colorida”, aprova o menino.