18º Encontro Estadual celebra os 25 anos do MST, no Paraná

Em comemoração às lutas e conquistas dos 25 de MST no Paraná, entre 14 e 17 de outubro de 2009, cerca de 2.500 pessoas, dentre militantes históricos que contribuíram e contribuem com a luta pela Reforma Agrária, além de organizações parceiras, autoridades e amigos de caminhada, participaram do 18º Encontro Estadual. (Foto: Carlos Ruggi) O Encontro relembrou a história de construção e organização do MST paranaense. A abertura foi realizada no assentamento Ireno Alves dos Santos, em Rio Bonito do Iguaçu, região Central, e o restante das atividades no Centro Comunitário da cidade.

Em comemoração às lutas e conquistas dos 25 de MST no Paraná, entre 14 e 17 de outubro de 2009, cerca de 2.500 pessoas, dentre militantes históricos que contribuíram e contribuem com a luta pela Reforma Agrária, além de organizações parceiras, autoridades e amigos de caminhada, participaram do 18º Encontro Estadual. (Foto: Carlos Ruggi)

O Encontro relembrou a história de construção e organização do MST paranaense. A abertura foi realizada no assentamento Ireno Alves dos Santos, em Rio Bonito do Iguaçu, região Central, e o restante das atividades no Centro Comunitário da cidade.

Para Maria Izabel Grein, da coordenação nacional do MST, o momento foi muito positivo, já que reuniu lutadores e lutadoras históricos da Reforma Agrária e trouxe mais ânimo para a caminhada. “Precisamos continuar com esta bravura, dedicação, trabalhando a solidariedade e a generosidade, mas principalmente, fazer com que toda a nossa base participe. Saímos também com a tarefa de contribuir organizando a classe trabalhadora, juntamente com os trabalhadores e trabalhadoras urbanos, pois sabemos que somente com a Reforma Agrária é possível resgatar a dignidade do ser humano e construir uma sociedade mais justa”, ressalta.

O militante histórico do MST e poeta popular, Ariulino Alves Morais, que atualmente vive no assentamento Guanaraba, em Imbaú, acredita que o embate ideológico entre os trabalhadores e a burguesia é importante para reafirmar a luta por mudança social. “Vivemos um momento de dificuldades, buscando alternativas mais eficientes para a caminhada, mas essa truculência dos grandes mercenários que sempre massacraram os movimentos faz com que amadureçamos nossas parcerias, para construírmos nosso projeto de sociedade”, afirma.

No Encontro foram realizados debates, ato público com autoridades e amigos e a entrega do Prêmio Luta pela Terra, que homenageou mais de 40 pessoas de entidades rurais e urbanas, militantes históricos que organizaram os camponeses e ajudaram na construção do Movimento, além de mártires da Reforma Agrária que tombaram na luta.

Uma das homenageadas foi Irmã Lia, uma mulher corajosa e lutadora que esteve junto aos camponeses nos acampamentos, despejos e conquistas, sempre motivando a participação das mulheres e cuidando dos Sem Terrinha. “Sou muito feliz em participar dos 25 anos de coragem e firmeza desse povo. Dedico a história do MST a todas as mulheres guerreiras dos acampamentos, pela persistência no dia-a-dia, pois são elas e as crianças que mais sofrem as conseqüências da maldição do latifúndio”, afirma.

Os Sem Terra organizaram um túnel do tempo com fotos, cartazes e materiais para contar a história do Movimento no Paraná. Durante o Encontro, também foi realizado o 18º Encontro Estadual dos Sem Terrinha, com cerca de 1.000 crianças de 0 a 14 anos, de vários acampamentos e assentamentos.

Local histórico

A região Centro do Paraná foi escolhida para acolher o Encontro pela sua importância na história do MST no estado. Atualmente, concentra o maior número de assentados e assentadas paranaenses, mais de 2.500 famílias, beneficiadas com a desapropriação de cerca de 50 mil hectares da fazenda Araupel, onde se encontram os assentamentos Ireno Alves dos Santos, Marcos Freire e Celso Furtado.

Os assentamentos que desenvolveram os municípios próximos e hoje são responsáveis pela movimentação da economia regional foram conquistados a partir da maior ocupação da América Latina, com mais de 3.000 camponeses, realizada na madrugada de 17 de abril em 1996, no latifúndio da Giacomet-Marodim, também conhecido como Araupel.