Curso Licenciatura em Artes para Sem Terra está na 4ª etapa

Da Página do Incra Com a proposta de educar jovens e adultos do campo de acordo com sua realidade, o curso Licenciatura em Artes, realizado em parceria entre o Incra, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), tem sua quarta etapa iniciada na semana passada em Teresina (PI).


Da Página do Incra

Com a proposta de educar jovens e adultos do campo de acordo com sua realidade, o curso Licenciatura em Artes, realizado em parceria entre o Incra, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), tem sua quarta etapa iniciada na semana passada em Teresina (PI).

São 39 alunos de dez estados brasileiros assistindo aulas no espaço físico da UFPI, com professores da Universidade e de outras instituições. Trata-se do primeiro curso em nível superior ministrado especialmente para o público da reforma agrária. “Esta turma será o espelho de outras novas propostas que virão”, acredita Socorro Vasconcelos, superintendente adjunta do Incra/PI.

As aulas são divididas em Tempo Escola e Tempo Comunidade. Na primeira fase, que vai até o dia 30 de setembro, os alunos passam por períodos de estudos teórico-práticos das disciplinas de formação geral no ambiente da universidade.

Já no Tempo Comunidade, que dura cerca de dois meses, os educandos partilham experiências e conhecimentos adquiridos durante o Tempo Escola nos assentamentos, desenvolvendo projetos experimentais sob planejamento e acompanhamento pedagógico de monitores (educadores) e coordenadores.

Método inovador de ensino

Para o professor João Berchmans, que coordena o curso pela UFPI junto com o professor Evaldo Oliveira, esse é um importante método de ensino, com características únicas na história do ensino brasileiro. “O interessante desse curso é a metodologia, que consiste em oficinas criativas que trabalham a realidade cultural dos alunos de forma coletiva”, analisa Berchmans.

Nesta quarta etapa, os alunos terão aulas de Psicologia da Educação, Didática, Avaliação de Aprendizagem e Oficinas nas quatro áreas: artes visuais, dança, música e artes cênicas.

O nome da turma, Augusto Boal, homenageia o brasileiro fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social. A homenagem é uma demonstração do perfil dos alunos, preocupados com a transformação da realidade em que vivem. “Temos uma grande responsabilidade porque tem um público nos esperando”, acredita Sirlene Ferraz, de 29 anos, aluna do Pará, moradora do assentamento Palmares, no município de Parauapebas.

Mudança do perfil educacional nos assentamentos

O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) é desenvolvido pelo Incra com a missão de ampliar os níveis de escolarização formal dos trabalhadores rurais assentados. Atua como instrumento de democratização do conhecimento no campo ao propor e apoiar projetos de educação que utilizam metodologias voltadas para o desenvolvimento das áreas de reforma agrária.

Adquirindo conhecimento na universidade, com uma educação construída a partir da realidade do campo, e levando as experiências para as suas comunidades, os alunos transmitem conhecimento e contribuem para mudar o perfil educacional de assentamentos da reforma agrária em grande parte do meio rural brasileiro.